Metrô BH fecha acordo com famílias após um ano de impasse

Cerca de 450 famílias afetadas pela construção da Linha 2 receberão indenização, aluguel social e auxílio mudança

Por Plox

16/05/2025 08h29 - Atualizado há 1 dia

Após mais de um ano de negociações e protestos, moradores de áreas que serão desapropriadas para a construção da Linha 2 do Metrô de Belo Horizonte celebraram um acordo firmado com a concessionária Metrô BH nesta quinta-feira (15/5).


Imagem Foto: Reprodução


O entendimento foi alcançado com a participação do Ministério Público de Minas Gerais, Governo do Estado e parlamentares estaduais e municipais. O novo trecho ligará a Linha 1, na região do Bairro Nova Suíça, até o Barreiro, passando por sete estações: Nova Suíça, Amazonas, Nova Gameleira, Nova Cintra, Vista Alegre, Ferrugem e Barreiro.


A concessionária será responsável por formalizar individualmente os acordos e realizar os pagamentos. Cada família afetada receberá uma indenização, quatro meses de aluguel social e recursos para arcar com duas mudanças: uma para o local temporário e outra para o imóvel definitivo.



O custo total da expansão do metrô é estimado em R$ 3,2 bilhões. Do montante, R$ 2,8 bilhões são provenientes de financiamento do governo federal, enquanto os R$ 400 milhões restantes virão do Estado, como parte das medidas reparatórias pela tragédia da Barragem de Brumadinho, na Região Metropolitana de BH.


A previsão é de que a Linha 2 esteja em pleno funcionamento até 2028 e beneficie diretamente mais de 50 mil pessoas. O processo de desocupação seguirá um cronograma definido pela concessionária, e as construções nos terrenos liberados serão demolidas.



Em março deste ano, moradores dos bairros Vista Alegre, Gameleira, Nova Gameleira e Betânia, organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ocuparam parte das obras da Linha 2. Eles reivindicavam mais clareza no processo e criticavam os valores inicialmente propostos como indenização.


A deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) destacou que cerca de 450 famílias serão impactadas pela construção e considerou o acordo uma conquista da mobilização popular. Segundo ela, os valores mínimos de indenização foram garantidos em R$ 105 mil, após rejeição de propostas de R$ 20 mil a R$ 30 mil.



O vereador Bruno Pedralva (PT), que acompanhou as negociações ao lado da deputada, afirmou que o próximo passo será dialogar com a Prefeitura de Belo Horizonte, via Urbel, para incluir os atingidos nas políticas públicas e cobrar do governo estadual apoio à compra assistida de imóveis dignos pelas famílias.



A resolução do impasse representa um avanço significativo para o andamento da obra da Linha 2 do metrô, que esteve travada por meses devido à resistência dos moradores à proposta de desapropriação sem garantias adequadas.


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