Número de divórcios cresce e casamentos diminuem no Brasil em 2023

Levantamento do IBGE revela aumento de 4,9% nos divórcios e queda de 3% nos casamentos; média de duração das uniões caiu para 13,8 anos

Por Plox

16/05/2025 17h17 - Atualizado há 29 dias

Um levantamento divulgado nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou uma mudança significativa nos padrões de relacionamento dos brasileiros em 2023.


Imagem Foto: Pixabay


De acordo com os dados das Estatísticas do Registro Civil, o país registrou 440,8 mil divórcios em 2023, realizados tanto na 1ª instância judicial quanto por escrituras extrajudiciais. O número representa um aumento de 4,9% em comparação ao total de 2022, que foi de 420 mil.



Ao mesmo tempo, houve uma retração de 3% no número de casamentos civis, que totalizaram 940,8 mil registros. A maior queda foi observada na Região Sudeste, com retração de 5%, enquanto o Centro-Oeste foi a única região com crescimento, registrando alta de 0,8%.



Outro dado importante apontado pelo estudo é que os casamentos têm durado menos. Em 2023, a média de tempo entre o casamento e o divórcio caiu para 13,8 anos, quando em 2010 era de aproximadamente 16 anos. $&&$Em média, os homens se divorciam aos 44,3 anos, enquanto as mulheres encerram seus casamentos aos 41,4 anos$, segundo o IBGE.

Entre os casamentos entre pessoas de sexos diferentes, para cada 100 registros, 47,4 resultaram em divórcio. Dentre os divórcios realizados, 81,8% foram por via judicial em 1ª instância.


No que se refere às uniões homoafetivas, o cenário foi diferente. O número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo aumentou 1,6% em comparação com 2022, somando 11,2 mil registros. Este é o maior número já registrado desde 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) passou a permitir esse tipo de união no Brasil.



A alta foi impulsionada especialmente pelos casamentos entre mulheres, que cresceram 5,9% em relação ao ano anterior. Já os casamentos entre homens apresentaram queda de 4,9% no mesmo período.


O levantamento também apontou uma mudança no perfil etário dos noivos. Em 2003, apenas 8,2% das mulheres que se casavam tinham 40 anos ou mais. Vinte anos depois, esse número saltou para 25,1%. Entre os homens, a faixa etária acima de 40 anos passou de 13,0% para 31,3% no mesmo intervalo.


Segundo Klívia Brayner, gerente de Estatísticas do Registro Civil do IBGE, esse aumento na idade pode refletir uma postergação da decisão de se casar legalmente, assim como um crescimento nos recasamentos. Ela observa que o aumento da expectativa de vida também colabora com esse fenômeno.


“A queda nos registros dos casamentos não necessariamente quer dizer que as pessoas estão deixando de se unir. A situação conjugal da pessoa pode ser diferente da situação civil”, explica Klívia. “É possível que o casamento esteja diminuindo porque as pessoas estão optando por uniões estáveis em vez de se casarem.”

Essas informações fazem parte das estatísticas anuais divulgadas pelo IBGE, que traçam um retrato detalhado das mudanças sociais nas estruturas familiares brasileiras.


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