Paciente morre após suposta aplicação de produto vencido no RJ

Polícia investiga se médico sem especialização aplicou substância violada em mulher que morreu após tratamento para varizes

Por Plox

16/05/2025 16h33 - Atualizado há 1 dia

A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando o médico Armando Marins, ex-vereador de São Gonçalo, pela suspeita de ter aplicado um produto vencido e violado em uma paciente que morreu após um procedimento estético.


Imagem Foto: Reprodução


Segundo informações apuradas pela 78ª DP (Fonseca), Priscilla dos Santos Nascimento, de 42 anos, foi submetida a um tratamento para varizes no consultório de Armando, em março. Dias depois, ela morreu em decorrência de uma infecção generalizada. A denúncia partiu de uma enfermeira da própria clínica, que declarou em depoimento que o medicamento utilizado estaria vencido e com o lacre rompido.


Durante buscas realizadas na manhã desta sexta-feira (16), os policiais encontraram diversos produtos fora da validade na clínica. Os mandados foram expedidos como parte das investigações sobre a morte de Priscilla, que inicialmente procurou o local para emagrecer, mas acabou convencida a realizar um procedimento diferente, após não obter o resultado desejado na primeira intervenção.



A Justiça determinou o afastamento imediato do médico da profissão, bem como a retenção de seu passaporte. Ele, no entanto, não foi localizado nos endereços informados.


De acordo com o banco de dados do Conselho Federal de Medicina, Armando Marins está registrado apenas como clínico-geral, sem qualquer especialização. Ainda assim, se apresentava como endocrinologista e realizava procedimentos estéticos no consultório.


A investigação também apura a possibilidade de fraude processual, uma vez que o prontuário de Priscilla não foi encontrado, embora os documentos de outros pacientes tenham sido localizados no local. \"Os próprios funcionários relataram que o medicamento estava vencido e violado. Não achamos o prontuário dela, o que levanta a suspeita de tentativa de ocultação de provas\", explicou o delegado Gabriel Martins.



Priscilla, estudante de Serviço Social, havia conhecido o médico por indicação do irmão, que já fazia tratamento com ele. Em 27 de fevereiro, ela procurou a clínica buscando emagrecer, mas retornou em março para pedir reembolso por não ver resultados. Na ocasião, o médico sugeriu o procedimento para varizes, pelo qual a paciente pagou cerca de R$ 3 mil.


Logo após a aplicação da espuma nas pernas, no dia 7 de março, Priscilla começou a sentir dores intensas. Segundo relato da mãe, a jovem passou a ter dificuldades para andar e apresentou inchaço severo nas pernas, além de pus na garganta.


Ela foi levada ao hospital e deu entrada com sintomas graves, como falta de ar, pressão alta, inflamação nas amígdalas, tosse seca e edema nas pernas. O diagnóstico foi de septicemia — uma infecção generalizada — que levou à morte.



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