PT decide apoiar CPMI que investigará fraudes no INSS

Líder petista afirma que objetivo é punir responsáveis por golpes em aposentados e pensionistas

Por Plox

16/05/2025 08h50 - Atualizado há 1 dia

Durante audiência realizada nesta quinta-feira (15) pela Comissão de Transparência, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) no Senado, Rogério Carvalho (PT-SE), anunciou que a legenda apoiará a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar fraudes em descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas do INSS.


Imagem Foto: Agência Senado


Rogério Carvalho ressaltou, no entanto, que o apoio petista está condicionado à definição clara do foco investigativo da comissão. Segundo ele, é necessário que a apuração tenha como prioridade a responsabilização dos verdadeiros culpados, sem viés político-eleitoral. $&&$\"Na condição de líder do PT, defenderei que o partido participe dessa CPI. Mas, não de uma CPI para disputa eleitoral e palanque político, mas para investigar e apontar os responsáveis, para botar na cadeia aqueles que roubaram os aposentados e pensionistas do INSS\"$, afirmou o senador.


O senador ainda declarou que o partido não tem receio de uma apuração ampla, desde que ela seja profunda e eficaz. Ele condicionou a adesão do PT à mudança do chamado \"fato determinado\", ou seja, o escopo específico que será investigado pela comissão.


Enquanto isso, o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, também manifestou apoio pessoal à CPMI. No entanto, demonstrou preocupação com o possível impacto negativo da comissão sobre as investigações já conduzidas pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que analisam irregularidades envolvendo entidades e associações suspeitas de práticas fraudulentas contra beneficiários do INSS.



Entre líderes de partidos do Centrão, a avaliação é semelhante à do ministro. Existe o receio de que uma investigação paralela possa gerar ruído e perder relevância frente ao trabalho técnico que já está em curso pelas instituições oficiais.


O ministro Wolney Queiroz não deixou de apontar que o esquema fraudulento teria se intensificado entre 2019 e 2022, período correspondente à gestão de Jair Bolsonaro (PL). De acordo com a Polícia Federal, os golpes começaram no primeiro ano daquele governo e resultaram em prejuízos estimados em R$ 6,3 milhões, por meio de descontos indevidos nos benefícios pagos a aposentados e pensionistas.



As declarações do ministro provocaram reação do senador Rogério Marinho (PL-RN), líder do partido no Senado e ex-secretário da Previdência durante os dois primeiros anos do governo Bolsonaro. Marinho contestou as críticas, afirmando que, sob sua gestão, houve redução no número de associações e nos descontos aplicados pelo INSS.


A instalação da CPMI é uma demanda da oposição, que vem pressionando o Congresso para abrir a investigação parlamentar. Agora, com o apoio do PT, a comissão mista ganha mais força política para sair do papel e iniciar as apurações no Legislativo.


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