Quinto ano seguido de queda nos nascimentos no Brasil, aponta IBGE
Levantamento revela que, além da redução nos nascimentos, mais mulheres têm filhos após os 30 anos e gravidez na adolescência segue em queda
Por Plox
16/05/2025 15h17 - Atualizado há 1 dia
O Brasil viu o número de nascimentos cair pelo quinto ano consecutivo em 2023, conforme revelado pelas Estatísticas do Registro Civil, divulgadas nesta sexta-feira (16) pelo IBGE. Foram contabilizados 2,52 milhões de nascimentos no país, uma queda de 0,7% em comparação com 2022, que registrou 2,54 milhões.

Apesar da tendência geral de queda, a região Centro-Oeste destoou do restante do país, com um aumento de 1,1% no número de nascimentos. Em contrapartida, 18 das 27 unidades federativas apresentaram redução, com destaque para Rondônia (-3,7%), Amapá (-2,7%), Rio de Janeiro (-2,2%), Bahia (-1,8%) e São Paulo (-1,7%). Já nove estados tiveram crescimento, sendo Tocantins (3,4%) e Goiás (2,8%) os principais.
Do total registrado pelos cartórios em 2023, 2,52 milhões dizem respeito a crianças nascidas no próprio ano e que foram registradas até o primeiro trimestre de 2024. Outros 75 mil registros, o equivalente a 2,9%, são referentes a anos anteriores ou a datas não especificadas. As regiões Norte e Nordeste concentraram 63% dos nascimentos no país.
Além da diminuição no número de nascimentos, os dados mostram um novo comportamento das mulheres brasileiras em relação à maternidade. Em 2023, 39% dos bebês nasceram de mães com mais de 30 anos. Entre 2003 e 2023, a parcela de mães com idade entre 30 e 34 anos passou de 14,6% para 21%, enquanto as mães de 35 a 39 anos cresceram de 7,2% para 13,7%.
A gravidez na adolescência também apresentou redução significativa. Em 2003, adolescentes com menos de 19 anos representavam 20,9% dos nascimentos; já em 2023, essa fatia caiu para 11,8%. A redução foi mais acentuada nas regiões Norte (-18,7%) e Nordeste (-14,3%).
O maior volume de nascimentos foi registrado entre mulheres de 25 a 29 anos, com 641.180 partos. Em seguida, estão as mulheres entre 20 e 24 anos, responsáveis por 594.235 registros. Esse último grupo sofreu a maior queda proporcional nos últimos 20 anos: de 31,1% em 2003 para 23,6% em 2023.