Após pressão do Congresso, governo Lula libera R$ 336 milhões em emendas

Valor foi pago uma semana após reunião entre ministros e lideranças do Legislativo, em meio à crise do IOF e impasses sobre a meta fiscal

Por Plox

16/06/2025 19h29 - Atualizado há 1 dia

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembolsou R$ 336 milhões em emendas parlamentares apenas uma semana após uma reunião decisiva realizada em 8 de junho. Participaram do encontro os ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Fernando Haddad (Fazenda), além dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).


Imagem Foto: Presidência


Essa liberação corresponde a cerca de 5,3% dos R$ 6,3 bilhões autorizados para o ano de 2025, segundo levantamento feito pelo portal Metrópoles. No entanto, até o início do segundo semestre, apenas 12,6% do total de R$ 50,38 bilhões previstos em emendas parlamentares foram efetivamente pagos pelo Executivo.



A lentidão nos repasses tem sido atribuída ao atraso na aprovação do Orçamento, que só ocorreu no final de março, além de constantes atritos entre os Poderes, inclusive com questionamentos do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a transparência no processo. A escassez de repasses tem sido tão sentida que até mesmo líderes do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, têm buscado interlocução com figuras do PT para solicitar a liberação dos valores.



Esse ambiente de tensão culminou em ações coordenadas no Congresso que desafiaram o governo. Diversos partidos, inclusive da base aliada, uniram forças com a oposição para barrar o reajuste do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Além disso, já existem anúncios de resistência à Medida Provisória enviada pelo presidente Lula com o objetivo de compensar a arrecadação perdida com o recuo na taxação.


A maior parte dessas emendas é impositiva, o que significa que o governo é legalmente obrigado a efetuá-las, podendo apenas controlar o ritmo dos pagamentos como forma de negociação política com o Congresso.


O presidente da Câmara, Hugo Motta, agendou para esta segunda-feira (16) a votação de um projeto que revoga o aumento do IOF, surpreendendo a base governista. Isso ocorreu mesmo após declarações otimistas de Motta sobre uma reunião tida como \"histórica\" no domingo anterior.


Nos bastidores, auxiliares de Lula já admitem a dificuldade de aprovação da Medida Provisória e avaliam que apenas partes do texto original poderão ser salvas. Como estratégia de comunicação, lideranças petistas articulam o uso de um discurso que opõe \"ricos contra pobres\" na tentativa de angariar apoio popular.


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