Candidatos à presidência do PT solicitam a Lula rompimento de relações com Israel

Na tarde desta segunda-feira, 16 de junho de 2025, os quatro candidatos à presidência nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) divulgaram um manifesto conjunto solicitando ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a suspensão imediata das relações diplomáticas e comerciais do Brasil com o governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu.

Foto: Presidência

O documento, intitulado \"Em defesa do povo palestino\", foi proposto por Rui Falcão e conta com as assinaturas de Edinho Silva, Romênio Pereira e Valter Pomar. Nele, os candidatos expressam profunda preocupação com as ações militares israelenses na Faixa de Gaza, que, segundo o texto, resultaram na morte de aproximadamente 55 mil palestinos, incluindo um grande número de crianças.

\"Não é possível virar os olhos às mortes de crianças em Gaza pelos bombardeios de Israel há 20 meses, e agora pela fome e doenças produzidas pelo bloqueio israelense. São crianças, um terço dos 55 mil palestinos mortos em Gaza e na Cisjordânia\"

Os signatários também criticam a continuidade das relações comerciais entre o Brasil e Israel, especialmente no que tange à aquisição de armamentos pelas Forças Armadas brasileiras. Eles apontam que, apesar das declarações de Lula em 5 de junho, classificando as ações de Israel como \"genocídio premeditado\", o país ainda mantém negócios com o complexo industrial-militar israelense.

O manifesto menciona ainda a recente apreensão de uma embarcação civil com destino a Gaza, que transportava ajuda humanitária. Entre os passageiros estava o brasileiro Tiago Ávila. Os candidatos consideram a ação uma grave violação dos tratados internacionais e expressam solidariedade ao ativista.

Além disso, o documento endossa a nota do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), divulgada em 6 de junho, que solicita ao Itamaraty o rompimento dos laços diplomáticos com Israel e a revisão de acordos comerciais, especialmente os relacionados à compra de armamentos.

A eleição para a presidência do PT está marcada para o dia 6 de julho, e os candidatos têm participado de debates e eventos para apresentar suas propostas e visões para o futuro do partido. O posicionamento conjunto sobre a política externa brasileira em relação a Israel demonstra uma tentativa de influenciar as decisões do governo federal e reafirmar os compromissos históricos do PT com a defesa dos direitos humanos e da autodeterminação dos povos.