Carla Zambelli desafia STF mesmo foragida na Itália e condenada à prisão
Deputada condenada a 10 anos continua atacando Moraes e aguarda decisão da Câmara sobre cassação do mandato
Por Plox
16/07/2025 15h44 - Atualizado há 14 dias
Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena de 10 anos de prisão por envolvimento em invasões aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) permanece foragida na Itália há mais de 40 dias.

Mesmo com ordem de prisão e extradição emitida, a parlamentar continua desafiando decisões judiciais e voltou às redes sociais com ataques direcionados ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pela relatoria do processo que culminou na sua condenação. Em uma página alternativa, criada após ser impedida de manter seus perfis, Zambelli afirmou que Moraes estaria \"brincando de ditador\" e o responsabilizou até mesmo por medidas tomadas pelo ex-presidente americano Donald Trump, mencionando um suposto \"tarifaço\".
Zambelli disse ainda confiar no Congresso Nacional para preservar seu mandato. A decisão sobre sua cassação está prevista para ser discutida pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara logo após o recesso parlamentar, marcado para agosto. Segundo a deputada, há deputados de diferentes partidos apoiando sua defesa, e ela afirma que seu julgamento foi um \"caso de exceção\".
O paradeiro exato da deputada segue desconhecido. De acordo com declarações do ministro do Interior da Itália, Matteo Piantedosi, as autoridades locais ainda não conseguiram localizá-la. A Interpol aguarda a confirmação de sua localização para dar andamento à ordem de prisão e ao processo de extradição.
Enquanto isso, o filho da deputada, João Zambelli, de 17 anos, continua circulando pelo Congresso Nacional, mantendo contato com parlamentares próximos à mãe. A avó, Rita Zambelli, também tem marcado presença nas redes sociais e é apontada como possível candidata nas eleições, diante da inelegibilidade de Carla.
Na última terça-feira (15), os advogados da deputada devolveram, com atraso, a chave do apartamento funcional onde ela vivia com o filho e a mãe, em Brasília. Por conta do atraso, ela poderá ser multada em mais de R$ 7 mil.
Antes de fugir para a Itália, Zambelli passou pelos Estados Unidos. Nesse período, ela solicitou licença de 120 dias do mandato, o que foi aceito pela Câmara dos Deputados. Com sua fuga, o STF acionou o Ministério da Justiça para dar início ao processo de extradição, e seu nome foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol. Paralelamente, a Câmara segue com o processo que poderá resultar na perda de seu mandato.