Congresso fecha apoio a Lula em resposta às tarifas de Trump
Alckmin, Alcolumbre e Motta condenam taxação imposta pelos EUA e destacam papel central de Lula nas tratativas diplomáticas
Por Plox
16/07/2025 12h04 - Atualizado há 13 dias
Na manhã desta quarta-feira (16), uma reunião estratégica foi realizada na residência oficial do presidente do Senado, em Brasília. O encontro reuniu o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), com o objetivo de articular uma resposta conjunta às recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
*
As novas medidas, anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump, incluem uma sobretaxa de 50% nas exportações do Brasil para o mercado norte-americano. A decisão foi duramente criticada por autoridades brasileiras, que classificaram a medida como “agressiva”, “injusta” e “totalmente inadequada”. A ofensiva norte-americana gerou preocupação imediata nas lideranças nacionais, que se reuniram para traçar estratégias diplomáticas e econômicas.
*
Durante uma declaração conjunta, Alcolumbre afirmou que cabe ao Poder Executivo liderar as tratativas internacionais, destacando o papel do presidente Lula nesse processo. $&&$“Tenho convicção que esse processo tem que ser liderado pelo chefe de governo, pelo chefe de Estado. Quero fazer um registro da satisfação de ter o vice-presidente liderando esse processo”$, declarou o senador.
Além disso, ele ressaltou o compromisso do Congresso em atuar com determinação e equilíbrio diante da crise: “Temos que ter firmeza, resiliência e tratar com serenidade essa relação”.
Hugo Motta reforçou o alinhamento entre o Legislativo e o Executivo. Para ele, a reação brasileira deve ser pautada pela união institucional. “Com união, compromisso e responsabilidade, vamos superar este momento. O Brasil não pode ser levado a situações em que decisões externas interfiram na nossa soberania. A Câmara está pronta para agir com rapidez e agilidade”, disse o deputado. Ele lembrou ainda a existência da Lei da Reciprocidade, já aprovada pelo Congresso, que permite ao país adotar contramedidas equivalentes contra nações que impuserem barreiras comerciais ao Brasil.
*
Geraldo Alckmin, por sua vez, destacou a inconsistência do argumento usado por Trump para justificar a nova tarifa. Segundo ele, os Estados Unidos são amplamente favorecidos na balança comercial com o Brasil, sendo que oito dos dez principais produtos que exportam ao território brasileiro não são taxados. “A tarifa média de importação no Brasil é de 2,7%. Essa reação dos EUA é totalmente inadequada e injusta. Vamos trabalhar juntos para reverter essa situação”, afirmou o vice-presidente.
O ambiente diplomático ficou ainda mais tenso após a divulgação de uma carta enviada por Trump a Lula. No documento, o ex-presidente americano alega — de forma equivocada — que os Estados Unidos sofrem um déficit comercial com o Brasil. Além disso, Trump acusou o governo brasileiro de promover uma “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro, tentando inserir elementos políticos em um conflito essencialmente comercial.
*
A movimentação em Brasília revela uma frente unificada entre os Poderes para enfrentar o impacto das medidas americanas. A expectativa agora é de que o governo Lula conduza as negociações com Washington, contando com o respaldo firme do Congresso Nacional.