Trump investiga Brasil e menciona Pix e 25 de Março em ofensiva comercial

Após impor tarifas pesadas, presidente dos EUA intensifica medidas e lança investigação alegando práticas comerciais desleais do Brasil

Por Plox

16/07/2025 11h59 - Atualizado há 14 dias

Em meio a uma escalada nas tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, o presidente norte-americano Donald Trump decidiu ampliar a pressão sobre o governo brasileiro. Após já ter anunciado uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, o governo dos EUA deu início a uma investigação formal contra o país, citando uma série de alegações de práticas comerciais desleais.


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O processo, conduzido pelo United States Trade Representative (USTR), foi instaurado na terça-feira (15) com base em uma antiga legislação norte-americana que permite medidas retaliatórias quando interesses empresariais dos EUA são, supostamente, prejudicados. O relatório inicial da investigação inclui elementos variados e polêmicos, como a referência direta à famosa Rua 25 de Março, em São Paulo, além do sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, o Pix.


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De acordo com o USTR, o Pix estaria criando um ambiente que favorece empresas e serviços locais em detrimento da concorrência estrangeira, o que, na visão americana, distorce o equilíbrio de mercado. Já a Rua 25 de Março foi classificada como um dos maiores centros de venda de produtos falsificados no hemisfério sul, segundo o relatório preliminar.


Outro ponto citado como motivo para a investigação são as tarifas impostas pelo Brasil ao etanol importado dos Estados Unidos, que teriam aumentado consideravelmente nos últimos anos. Além disso, foram listadas supostas deficiências no combate à pirataria, falhas estruturais no enfrentamento à corrupção e ao desmatamento ilegal, além da ausência de medidas eficazes para proteção da propriedade intelectual — o que, segundo os americanos, impactaria empresas norte-americanas do setor de tecnologia e inovação.


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A iniciativa surge logo após declarações de Trump afirmando que o Brasil “não está sendo bom com os Estados Unidos”. O presidente também insinuou que o apoio do governo brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro poderia estar influenciando o endurecimento das relações entre os dois países.
\"O Brasil precisa entender que não pode continuar tirando vantagem da América\", disse Trump à imprensa em Washington.

Apesar do tom contundente das acusações, nenhuma evidência concreta foi apresentada até o momento. Diante das medidas, o governo brasileiro declarou que irá responder com base na Lei da Reciprocidade Econômica, o que pode incluir retaliações equivalentes às sanções impostas.


Caso não haja um acordo entre os países, a tarifa de 50% deverá entrar em vigor no dia 1º de agosto. A investigação, que segue em curso, adiciona um novo elemento de tensão à já delicada relação comercial entre as duas nações.


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A repercussão internacional da medida é ampla, com diplomatas brasileiros avaliando os possíveis impactos nas exportações, enquanto representantes do setor comercial acompanham com preocupação o desdobramento das ações norte-americanas.


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