Queda de ações da Eletrobras após renúncia do presidente Wilson Ferreira Junior

Na tarde de terça-feira (15), o mercado financeiro foi surpreendido com uma queda expressiva nas ações da Eletrobras, uma das principais companhias de energia elétrica do Brasil. Os papéis ordinários da empresa registraram uma desvalorização de 3,54%, fechando o dia a R$ 35,05, enquanto os papéis preferenciais recuaram 3,66%, a R$ 39,40.

Uma Surpresa para o Mercado

Esta reação ocorre após Wilson Ferreira Junior, então presidente da Eletrobras, renunciar ao cargo na noite de segunda-feira (14). A notícia pegou o mercado de surpresa, principalmente porque Ferreira Junior participou de um evento recente da Eletrobras, sinalizando estabilidade na gestão da empresa. A renúncia foi apresentada ao conselho de administração da companhia, que já anunciou o sucessor: Ivan de Souza Monteiro, anteriormente presidente do colegiado.

Analistas do Itaú BBA apontaram a renúncia como um movimento surpreendente, visto que, sob a administração de Ferreira, a empresa demonstrava estar mais organizada e com uma estratégia clara para o futuro. Entretanto, ressaltam que a Eletrobras permanece com perspectivas positivas, com uma estratégia robusta e uma equipe capacitada para implementá-la.

Ivan Monteiro: O Novo Comandante

O novo presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, é um nome que agrada aos analistas de mercado. Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama, endossa a competência de Monteiro, destacando que, “apesar da mudança ser considerada negativa, não se espera que haja prejuízo para a empresa sob a sua liderança”. Ele possui uma vasta experiência no setor público, tendo ocupado cargos como vice-presidente do Banco do Brasil e diretor financeiro da Petrobras durante o governo Dilma Rousseff (PT).

A renúncia de Ferreira Junior ocorre em um momento delicado, no qual a Eletrobras vive atritos com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se mostrou contrário à privatização da companhia e busca aumentar o poder da União na sua gestão. Fontes próximas à empresa relatam que Ferreira Junior vinha tendo uma relação desafiadora com membros do conselho, especialmente com o governo.

As mudanças ocorrem em meio a um cenário mais amplo e político. Na terça-feira, durante um apagão que atingiu 25 estados, o senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso Nacional, fez uma correlação entre a privatização da Eletrobras e o comprometimento da segurança energética do país, conforme expresso em suas redes sociais.

Neste mesmo dia, a primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, também se manifestou sobre a situação, relembrando em suas redes sociais que a Eletrobras foi privatizada em 2022.

O futuro da Eletrobras, agora sob nova direção, permanece como foco de atenção para investidores e autoridades, marcando um novo capítulo na história da companhia.