Brasil enfrenta surto de febre Oropouche: apenas cinco estados ainda não registraram casos
Ministério da Saúde confirma mortes e investiga transmissão vertical da doença; Amazonas lidera em número de infecções.
Por Plox
16/08/2024 13h05 - Atualizado há 5 meses
A febre Oropouche, uma doença transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora, tem se espalhado rapidamente pelo Brasil em 2024. Apenas cinco estados – Distrito Federal, Goiás, Paraná, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul – ainda não notificaram casos da doença. O surto já atinge quase todas as unidades da federação, conforme os últimos dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses.
Avanço da doença e estatísticas preocupantes
O Amazonas lidera com 3.228 casos confirmados, seguido por Rondônia, com 1.710 infecções, Bahia com 844, Espírito Santo com 441 e Acre com 270. Em outras regiões, como Mato Grosso do Sul e Paraíba, houve a notificação de apenas um caso cada, enquanto São Paulo, Alagoas e Tocantins relataram cinco, seis e oito casos, respectivamente. Até o início desta semana, o Brasil já contabilizava um total de 7.653 casos, além de duas mortes confirmadas.
Primeiras mortes registradas no mundo por febre Oropouche
Em julho, o Ministério da Saúde confirmou as primeiras mortes por febre Oropouche na história científica mundial. As vítimas eram duas mulheres jovens, ambas com menos de 30 anos, residentes no interior da Bahia. Nenhuma delas apresentava comorbidades, e os sintomas reportados eram similares aos da dengue grave, como febre alta, dor de cabeça e erupções cutâneas.
Casos de transmissão vertical sob investigação
Outro aspecto alarmante do surto é a possível ocorrência de transmissão vertical, quando a infecção é passada da mãe para o bebê durante a gestação ou no parto. O Ministério da Saúde está investigando oito casos dessa natureza, registrados em Pernambuco, Bahia e Acre. Metade dos bebês nasceu com anomalias congênitas, como microcefalia, enquanto a outra metade não resistiu.
No início desta semana, a Secretaria de Saúde do Ceará comunicou a investigação de um óbito fetal que pode estar associado à infecção por febre Oropouche. A vítima era uma gestante de 40 anos, moradora de Baturité, que foi atendida em Capistrano. O caso está sendo analisado, mas já acende um alerta para o aumento das infecções associadas a complicações gestacionais.
Prevenção e combate ao mosquito vetor
A febre do Oropouche é transmitida principalmente pelo Culicoides paraensis, um mosquito que prefere ambientes com materiais orgânicos em decomposição. Para prevenir a propagação da doença, é fundamental que a população mantenha os quintais limpos, evitando o acúmulo de folhas e lixo orgânico, que servem de criadouro para o mosquito. Além disso, é recomendado o uso de roupas compridas e sapatos fechados em áreas com alta presença de insetos.