Cai o número de residências com televisão, com destaque para o Centro-Oeste
Pesquisa do IBGE aponta declínio no uso de antenas parabólicas e serviços de TV por assinatura em domicílios brasileiros, enquanto o acesso a vídeos pela internet ganha força
Por Plox
16/08/2024 14h07 - Atualizado há 11 meses
O mais recente levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-Contínua), divulgado nesta sexta-feira (16/8), revelou uma queda significativa no número de domicílios brasileiros que possuem televisão com sinal de TV, seja ele analógico, digital, por antenas parabólicas ou por assinatura. Entre 2022 e 2023, a porcentagem de casas sem qualquer sinal de TV subiu de 3,9% para 5,2%, destacando uma tendência de abandono dos métodos tradicionais de recepção de televisão.

Desigualdade regional
No Centro-Oeste, a situação se mostrou ainda mais crítica, com 6,4% das residências sem sinal de TV, a maior média regional do país. Em comparação, nas áreas rurais a média foi de 5,9%, enquanto nas áreas urbanas ficou em 5,1%.
Impacto das tecnologias digitais
Embora o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não tenha confirmado uma relação direta entre essa queda e a crescente popularidade dos serviços de streaming, foi observado que 9,5% das pessoas apontaram o acesso a vídeos pela internet como o principal motivo para não terem TV por assinatura. Isso sugere que, para um pequeno grupo, o streaming está começando a substituir os serviços tradicionais de televisão.
Transição do sinal analógico para o digital
A pesquisa também analisou a presença de diferentes tipos de recepção de sinal, com um foco especial nas antenas parabólicas. O número de domicílios que utilizam parabólicas já vinha caindo nos últimos anos. A nova pesquisa reformulada pelo IBGE identificou que o sinal analógico ainda é predominante em lares que possuem parabólicas, com 9,1 milhões de domicílios usando esse tipo de tecnologia, enquanto 7,5 milhões já migraram para as mini parabólicas digitais.
Essa transição do analógico para o digital é considerada um dado positivo, visto que o país tem planos de encerrar a transmissão via parabólicas grandes, que interferem no sinal 5G. No entanto, a pesquisa destacou que domicílios com sinal analógico possuem uma renda média inferior, cerca de R$ 1.096, em comparação com aqueles que já adotaram mini parabólicas ou não utilizam o serviço.
Queda nos pacotes de TV por assinatura
Além disso, o número de residências com pacotes de TV por assinatura também registrou uma queda de 2,5 pontos percentuais entre 2022 e 2023. Anteriormente mais comum em áreas urbanas, os serviços de TV a cabo agora mostram percentuais mais próximos entre zonas urbanas e rurais, com 26,2% e 17,4%, respectivamente. A principal razão para a diminuição desse serviço foi a falta de interesse, mencionada por 54% dos entrevistados, seguida pelo alto custo, apontado por 34,9%.