Deputado Luciano Zucco pede desculpas a Michelle Bolsonaro após polêmica do 'churrasco'
Parlamentar afirmou que levaria carne para preparar refeição durante visita ao ex-presidente, mas ex-primeira-dama negou encontro festivo e classificou a visita como breve e reservada
Por Plox
16/08/2025 09h00 - Atualizado há 2 dias
Na manhã desta sexta-feira (15/8), o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, publicou um pedido de desculpas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O gesto veio após Michelle desmentir, na noite anterior, a declaração do parlamentar de que teria realizado um churrasco durante visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente em prisão domiciliar.

O mal-estar começou quando Zucco publicou um vídeo nas redes sociais, onde aparecia segurando duas peças de carne e dizendo que prepararia uma refeição para Bolsonaro. “Agora eu vou lá fazer uma carne para ele, já que a picanha que esse aí prometeu não cumpriu. Vou lá fazer uma carne para o meu amigo, meu líder, nosso líder, Jair Bolsonaro”, afirmou o deputado. O registro foi posteriormente apagado.
Michelle Bolsonaro, ao se pronunciar, destacou que a visita do parlamentar teve caráter breve e restrito, sem qualquer churrasco, e criticou a divulgação de informações distorcidas. Em resposta, Zucco escreveu no X que nunca disse que o churrasco ocorreu de fato. Segundo ele, tratava-se apenas de uma intenção, não concretizada em razão do estado de saúde do ex-presidente.
“Peço desculpas a ele e à primeira-dama se a minha atitude causou desconforto à sua família”
, declarou o deputado.
A referência de Zucco à picanha também remete a uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda em campanha em 2022, quando declarou em entrevista que o povo deveria voltar a comer churrasco, picanha e tomar cerveja.
O episódio gerou reações. O ex-ministro Fábio Wajngarten criticou o que chamou de “instrumentalização política” das visitas a Bolsonaro. Sem citar nomes, afirmou que há oportunistas interessados apenas em se promover e pediu mais discrição: “Boas ações se fazem de maneira silenciosa, discreta e anônima”.
Segundo Michelle, parlamentares têm solicitado autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para visitar o ex-presidente, e as permissões são concedidas de maneira pontual. A ida de Zucco, assim como a de outros aliados — entre eles o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) — foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo processo em que Bolsonaro responde por tentativa de golpe de Estado.
Em relato publicado no Instagram, Zucco ressaltou que sua visita foi de apoio: “Fui lá como um amigo, para conversar e falar que estamos juntos, falar do trabalho na Câmara e no Senado e como a sociedade está enxergando essa perseguição”.
O ex-presidente Jair Bolsonaro aguarda julgamento no STF, acusado de tentar articular um golpe de Estado após perder as eleições de 2022 para Lula. Enquanto isso, pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira mostrou que 53% dos brasileiros acreditam que Alexandre de Moraes segue a Constituição no caso, contra 39% que veem perseguição política.
Assim, o episódio envolvendo Zucco e o “churrasco” expôs divergências internas sobre a forma como apoiadores de Bolsonaro têm lidado com a situação do ex-presidente.