EUA são alvo de repúdio da associação de médicos cubanos no Brasil por sanções ao ´Mais Médicos´
Entidade critica decisão americana contra gestores do programa e reforça papel dos profissionais cubanos na saúde pública brasileira
Por Plox
16/08/2025 12h40 - Atualizado há 2 dias
A Associação dos Médicos Cubanos no Brasil (Aspromed) divulgou uma nota de repúdio contra a recente decisão do governo dos Estados Unidos, que impôs sanções a autoridades brasileiras envolvidas na estruturação do programa Mais Médicos.

Nesta semana, o Departamento de Estado norte-americano revogou os vistos de diversos servidores, incluindo o atual secretário de Atenção Especializada à Saúde, Mozart Julio Tabosa Sales, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde. Também foram sancionados o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e familiares.
Segundo o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, os gestores teriam colaborado com um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”, por meio do Mais Médicos. A Aspromed contestou essa afirmação, defendendo o programa como uma importante política de saúde pública, essencial para o atendimento em regiões carentes do Brasil.
A associação destacou que muitos dos médicos cubanos que participaram da iniciativa escolheram permanecer no país mesmo após o fim do convênio com Cuba, encerrado em 2018. Atualmente, cerca de 2,5 mil profissionais seguem atuando em comunidades brasileiras, muitos já naturalizados, com vínculos familiares e afetivos consolidados no país.
Em sua declaração, a entidade ressaltou que os 18 mil médicos que fizeram parte do Mais Médicos realizaram aproximadamente 63 milhões de atendimentos, contribuindo para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), reconhecido como o maior sistema público, gratuito e universal do mundo.
O programa teve presença marcante em áreas remotas, distritos indígenas e periferias urbanas, locais historicamente carentes de profissionais da saúde.