Veterinária com neuralgia entra em coma induzido para tratamento

Internada na Santa Casa de Alfenas desde a última quarta-feira, a veterinária Carolina Arruda, de 28 anos, encontra-se em estado estável após ter sido colocada em sedação profunda. A jovem enfrenta a neuralgia do trigêmeo, uma condição reconhecida por provocar dores intensas e repentinas na região facial, considerada por especialistas como uma das mais debilitantes do mundo.

Foto: Reprodução

As atualizações sobre seu estado clínico foram compartilhadas nas redes sociais por sua amiga Priscila Guimarães. Em vídeo publicado nesta sexta-feira (15), ela tranquilizou os seguidores ao afirmar que o procedimento ocorreu dentro do esperado, sem intercorrências. Priscila informou ainda que a equipe médica planeja suspender a sedação no domingo (17) e que Carolina poderá ser transferida para o quarto hospitalar no dia seguinte.

\"Por enquanto, não há nenhuma intercorrência, está tudo ok, dentro do planejado. Programação de desligar a infusão no domingo e alta para o quarto na segunda-feira mais à tarde. Só notícias boas\"

Durante o coma induzido, Carolina será submetida a três procedimentos importantes: a reposição do neuroestimulador, a recarga da bomba de infusão que administra medicamentos diretamente em seu organismo e a crioablação – técnica que utiliza o congelamento para inibir o nervo responsável pela transmissão da dor ao cérebro.

O tratamento está sendo realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e envolve ainda a infusão de cetamina, combinada com outros medicamentos administrados por via intravenosa. Todo o processo ocorre sob vigilância intensiva na UTI.

Carolina lida com essa condição há mais de uma década. Aos 16 anos, sofreu sua primeira crise, mas só recebeu diagnóstico quatro anos depois, após ser consultada por 27 profissionais da saúde. Desde então, a jovem passou por várias cirurgias e enfrentou momentos graves, como episódios de depressão e tentativa de tirar a própria vida.

A neuralgia do trigêmeo é uma disfunção neurológica que provoca dores comparadas a choques elétricos no rosto. Essas crises podem ocorrer dezenas ou até centenas de vezes por dia, afetando profundamente a qualidade de vida do paciente.

Apesar dos inúmeros desafios enfrentados, Carolina permanece determinada em sua busca por um tratamento eficaz que lhe traga alívio e esperança.