Fumaça e poluição podem prejudicar visualização do eclipse lunar no Brasil
Nebulosidade e incêndios florestais podem comprometer a observação do fenômeno astronômico no Brasil.
Por Plox
16/09/2024 08h55 - Atualizado há 4 meses
Na noite de terça-feira (17/9) para quarta-feira (18/9), os brasileiros terão a chance de observar um eclipse parcial da Lua, o último do ano. O fenômeno astronômico, no entanto, pode ser comprometido em diversas regiões devido às condições climáticas e à poluição causada por incêndios florestais.
Dificuldades na visualização
Embora o eclipse seja aguardado com expectativa, as condições meteorológicas podem dificultar sua observação. Em São Paulo, por exemplo, a previsão de nebulosidade após dias de chuva pode obstruir a visão do fenômeno. No interior do estado e em outras partes do Brasil, a fumaça dos incêndios florestais também comprometerá a observação. A presença de fumaça na atmosfera tem, inclusive, alterado as cores do Sol e da Lua, dando-lhes um tom avermelhado. Isso, somado ao fato de que o eclipse será parcial, fará com que poucas mudanças sejam visíveis a olho nu.
Detalhes técnicos do eclipse
De acordo com a astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional, apenas 3,5% da superfície lunar ficará completamente escura durante o eclipse, enquanto o restante sofrerá um leve escurecimento. Isso ocorre porque o fenômeno envolve duas fases: a umbral e a penumbral. “A penumbra é uma sombra mais clara, que ainda recebe um pouco de luz do Sol. Quando a Lua está totalmente ou parcialmente na penumbra, não se percebe mudança a olho nu”, explica Nascimento.
No caso deste eclipse, 96,5% da superfície da Lua permanecerá na fase penumbral, enquanto apenas 3,5% estará na fase umbral, a parte mais escura. Um eclipse lunar total, em que a Lua inteira entra na umbra, só ocorrerá em março de 2025. A Nasa destaca que nesses eclipses a Lua ganha um tom alaranjado ou avermelhado, que se intensifica conforme a quantidade de poeira e poluição na atmosfera.
Horários do fenômeno
O eclipse lunar desta terça-feira ocorrerá em três fases principais: penumbral, parcial e novamente penumbral. Os horários de cada fase, no fuso de Brasília, serão os seguintes:
- Início do eclipse penumbral: 21h41min07s
- Início do eclipse parcial: 23h12min58s
- Máximo do eclipse parcial: 23h44min18s
- Fim do eclipse parcial: 0h15min38s (18/9)
- Fim do eclipse penumbral: 1h47min27s (18/9)
Como observar o eclipse com segurança
Não há necessidade de equipamentos especiais para acompanhar o fenômeno. "Os observadores podem olhar diretamente para a Lua sem preocupações, pois, ao contrário de um eclipse solar, não há riscos para os olhos", ressalta Nascimento. Contudo, o uso de binóculos ou lunetas pode melhorar a experiência, desde que as condições climáticas permitam.
A astrônoma também destaca que fenômenos como o eclipse lunar são uma excelente oportunidade para despertar o interesse das pessoas pela ciência e pela astronomia. “Eles permitem que qualquer pessoa, sem equipamentos, observe fenômenos astronômicos e compreenda melhor a dinâmica entre a Terra, o Sol e a Lua”, afirma.
Transmissão ao vivo para quem enfrentar o céu nublado
Para quem estiver em regiões onde o céu estará encoberto por nuvens ou fumaça, o Observatório Nacional transmitirá o eclipse ao vivo em seu canal no YouTube, permitindo que o público acompanhe o fenômeno de qualquer lugar do país.