Inteligência artificial revoluciona medicina com inovações no diagnóstico e tratamento

Uso crescente de IA otimiza diagnósticos, tratamentos e processos em hospitais, transformando a medicina de forma significativa.

Por Plox

16/09/2024 08h50 - Atualizado há cerca de 1 mês

Ferramentas de inteligência artificial (IA) têm ocupado espaço cada vez maior no cotidiano médico, com impacto direto nos diagnósticos, tratamentos e até na experiência dos pacientes. Longe de ser uma simples ferramenta de suporte, a IA tem se mostrado essencial em projetos inovadores que visam otimizar processos hospitalares, melhorar a precisão diagnóstica e acelerar a descoberta de novos medicamentos.

Foto; Pixabay / Reprodução

IA no diagnóstico de doenças e personalização de tratamentos

Um dos exemplos mais promissores é o HeAR (Health Acoustic Representations), um sistema de IA criado pelo Google, que utiliza bioacústica – combinação entre biologia e acústica – para detectar sinais precoces de doenças através de sons corporais, como tosse e dificuldade respiratória. Treinada com 300 milhões de áudios, essa ferramenta é capaz de identificar doenças como a tuberculose e, segundo o Google, ainda pode acelerar a criação de modelos personalizados para o diagnóstico com menos dados e recursos computacionais.

O uso da IA vai além do diagnóstico. Luciana Cordeiro, gerente de parcerias do Google Research para a América Latina, afirma que a tecnologia já permite “acelerar a descoberta de novos medicamentos, personalizar tratamentos e melhorar a precisão dos diagnósticos.” Ao combinar o conhecimento médico com a capacidade da IA de analisar grandes volumes de informações, surgem novas possibilidades na medicina. Segundo Luciana, a IA também já é utilizada em pesquisas com dados genéticos para identificar novas terapias para doenças raras, reforçando o papel da tecnologia como aliada dos profissionais da saúde.

Hospitais adotam IA para agilizar processos e otimizar atendimento

A aplicação prática de IAs no ambiente hospitalar já é uma realidade em instituições como a rede de hospitais Mater Dei, que tem adotado a tecnologia em várias frentes. Lara Salvador Geo, diretora de inovação e experiência do paciente da rede, destaca o uso da IA em áreas como análise de exames por imagem, suporte à decisão clínica e automação de processos burocráticos. Um exemplo concreto desse avanço é o aplicativo Meu Mater Dei, uma plataforma digital que agiliza todas as etapas do atendimento médico, desde agendamentos até o check-in e a comunicação entre pacientes e profissionais de saúde.

Outro exemplo destacado por Lara é o Nuvie, um copiloto médico de IA que facilita a documentação clínica, reduzindo o tempo dedicado ao preenchimento de prontuários e otimizando o fluxo de atendimento. Com acesso instantâneo a uma vasta base de medicamentos e exames, o Nuvie também contribui para agilizar prescrições e diminuir a margem de erros, trazendo mais eficiência ao dia a dia dos hospitais.

IA não substitui, mas complementa o trabalho humano

Apesar da crescente utilização dessas tecnologias, Lara faz questão de enfatizar que as IAs não têm como objetivo substituir os profissionais de saúde. "A tecnologia nos apoia fornecendo dados robustos e precisão, mas a interpretação e a tomada de decisões ainda requerem o toque humano", explica. A IA, portanto, atua como uma ferramenta que libera tempo para os médicos se dedicarem ao contato direto e empático com os pacientes, o que é considerado insubstituível.

Novos horizontes para a detecção de doenças

A IA também tem mostrado grande potencial em pesquisas voltadas para o desenvolvimento de ferramentas diagnósticas não invasivas. Segundo informações do Google, uma de suas pesquisas recentes conseguiu utilizar IA para identificar níveis de hemoglobina e detectar anemia por meio de fotografias da parte traseira do olho, conforme publicado na revista Nature Biomedical Engineering. Essa descoberta sugere que, no futuro, será possível diagnosticar anemia de maneira simples e sem a necessidade de exames invasivos, facilitando a vida dos pacientes.

Além disso, o Google desenvolveu uma ferramenta de IA para auxiliar no diagnóstico de doenças de pele, cabelo e unhas, abrangendo mais de 80% das condições clínicas observadas em consultórios e mais de 90% das mais pesquisadas.

Tendências para o futuro da IA na medicina

Lara Salvador Geo acredita que o avanço da inteligência artificial na medicina será contínuo e transformador. Para ela, a IA não apenas otimiza processos técnicos, como também melhora a jornada hospitalar de pacientes e profissionais. “No futuro, a IA será uma ferramenta natural na prática médica, permitindo que os profissionais de saúde se concentrem ainda mais no toque humano, enquanto a tecnologia cuida de muitos dos aspectos técnicos e analíticos”, prevê Lara, reforçando que a integração entre humanos e máquinas deve se tornar cada vez mais fluida e eficiente.

Com uma gama de aplicações já em prática e inúmeras pesquisas em desenvolvimento, o uso da IA na medicina se consolida como uma das principais tendências para os próximos anos, prometendo revolucionar não só o modo como doenças são diagnosticadas e tratadas, mas também toda a experiência hospitalar, tanto para pacientes quanto para médicos e colaboradores.

 

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