PGR pede condenação de militares do ‘núcleo 3’ por tentativa de golpe

Procurador-geral Paulo Gonet aponta nove acusados, entre eles oito militares e um policial federal, como responsáveis por pressionar as Forças Armadas

Por Plox

16/09/2025 11h01 - Atualizado há cerca de 5 horas

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação de nove integrantes do chamado 'núcleo 3', grupo apontado como participante da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O pedido foi feito pelo procurador-geral Paulo Gonet, poucos dias após a Primeira Turma do STF ter condenado o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados na mesma ação penal.


Imagem Foto: Agência Brasil


Segundo a denúncia, o grupo, conhecido como 'kids pretos', era composto majoritariamente por militares da ativa especializados em operações especiais, além de um policial federal. Eles são acusados de planejar pressões sobre as Forças Armadas e de preparar ações voltadas a enfraquecer as instituições democráticas.


Entre os nomes listados estão os coronéis Bernardo Romão Corrêa Netto, Fabrício Moreira de Bastos e Márcio Nunes de Resende Júnior; o general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira; os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros; Ronald Ferreira de Araújo Júnior; e o policial federal Wladimir Matos Soares.



Os investigados respondem por crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Todos negam participação.


“Os diálogos descobertos pelas investigações revelaram muito mais do que a consciência dos réus sobre a regularidade do processo eleitoral. Comprovou-se que, no meio castrense, não apenas se conhecia a elaboração da minuta golpista, como também já se sabia da resistência de alguns Comandantes ao intento disruptivo”, argumentou Gonet.


As apurações indicam que esse núcleo foi responsável por um dos planos mais radicais dentro da trama golpista: a chamada operação “Punhal Verde e Amarelo”. A ação, prevista para 15 de dezembro de 2022, teria como alvos o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). O objetivo, segundo a Polícia Federal, era criar um ambiente favorável a uma ruptura institucional.



A PGR reforça que, embora o plano não tenha sido executado, sua elaboração e a atuação dos envolvidos configuram crime grave contra a ordem democrática. O julgamento dos acusados pelo STF deve ocorrer em continuidade à série de ações que já resultaram em condenações de outras figuras centrais na tentativa de golpe.


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