Programa de castração chega ao Parque Ecológico com 147 capivaras já esterilizadas em Campinas

Iniciativa de controle populacional contra febre maculosa será aplicada em área com 30 capivaras; ação já passou por três parques da cidade

Por Plox

16/09/2025 14h04 - Atualizado há 2 dias

A Prefeitura de Campinas (SP) anunciou o início do manejo reprodutivo das capivaras no Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim. A iniciativa visa esterilizar os cerca de 30 animais que habitam a área verde e deve começar até a próxima semana.


Imagem Foto: Pixabay


O local será o quarto parque da cidade a receber o programa, que já passou pela Lagoa do Taquaral, Lago do Café e Parque das Águas. Desde o início da ação, em setembro de 2024, 147 capivaras foram castradas nessas regiões.



A ação tem como principal objetivo o controle populacional dos roedores, reduzindo o risco de transmissão da febre maculosa, doença grave que já causou três mortes em Campinas somente em 2025.



Antes do início das cirurgias, a equipe técnica da Secretaria Municipal do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade (Seclimas) avalia o melhor local para a instalação dos bretes — estruturas utilizadas para a captura dos animais. A montagem desses equipamentos deve ocorrer ainda nesta semana.


O processo de esterilização é feito por uma equipe de quatro veterinários e começa com a ceva, uma alimentação controlada em locais e horários específicos, seguida da captura e das cirurgias. Câmeras e dispositivos de captura automática são usados para minimizar o estresse das capivaras. O sistema, já testado no Parque das Águas, também será adotado no Parque Ecológico.


A Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo autorizou o procedimento.


Após a conclusão do manejo no Parque Ecológico, o programa será expandido para outras áreas da cidade: Parque Hermógenes de Freitas Leitão, Parque Linear Capivari e Parque Linear Ribeirão das Pedras.


A febre maculosa, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, é transmitida pelo carrapato-estrela, encontrado em ambientes com vegetação e em animais como as capivaras. A doença possui alta taxa de letalidade. Em 2023, Campinas registrou 20 casos, com sete mortes. Em 2024, foram oito casos e um óbito. Já em 2025, até o momento, quatro casos foram confirmados, com três mortes de moradores.


A Secretaria de Saúde alerta a população sobre os riscos aumentados durante o período de sazonalidade da doença, que vai de maio a novembro. Durante esse período, as fases jovens do carrapato — micuim e vermelhinho — se tornam predominantes, elevando o risco de transmissão por serem menos seletivas quanto ao hospedeiro.



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