PT reage e anuncia ação judicial contra Valdemar Costa Neto

Partido classifica como falsas as acusações de que teria iniciado os atos golpistas de 8 de janeiro e promete recorrer à Justiça

Por Plox

16/09/2025 09h18 - Atualizado há cerca de 9 horas

O Partido dos Trabalhadores (PT) tornou pública nesta terça-feira (16/9) uma nota oficial em resposta às declarações de Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL). Durante um evento realizado em São Paulo, o dirigente acusou o PT de ter dado início aos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023.


Imagem Foto: PL


Assinada pelo presidente nacional da legenda, Edinho Silva, a manifestação classificou a fala de Valdemar como “mentirosa, sem provas e sem base na realidade”. O documento acrescenta que o partido pretende acionar a Justiça diante do que considera uma acusação grave e infundada.
“Falsas acusações não apagarão a verdade nem a responsabilidade daqueles que atentaram contra a democracia brasileira”, destacou a nota

.


No texto, o PT sustenta que investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF), denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) e julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF) já comprovaram que a ofensiva golpista de 2023 esteve vinculada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e integrantes de sua gestão, insatisfeitos com o resultado eleitoral de 2022. Além disso, o documento menciona que os planos articulados incluíam atentados contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.



A repercussão acontece poucos dias depois de o STF condenar Bolsonaro e outros sete aliados por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado em 2022. Entre os delitos reconhecidos pelo tribunal estão: tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.



As penas definidas variam conforme o envolvimento de cada réu. Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, além de multa, e segue em prisão domiciliar por outro processo desde agosto de 2024. Walter Braga Netto recebeu pena de 26 anos e já se encontra preso preventivamente. Almir Garnier e Anderson Torres foram sentenciados a 24 anos cada. Augusto Heleno recebeu 21 anos de condenação, enquanto Paulo Sérgio Nogueira foi condenado a 19 anos. Alexandre Ramagem, hoje deputado federal, recebeu 16 anos, 1 mês e 15 dias. Já Mauro Cid obteve a pena mais branda: 2 anos em regime aberto, graças a um acordo de colaboração premiada.



O episódio amplia a tensão política entre PT e PL, reacendendo o embate em torno da tentativa de golpe e das responsabilidades atribuídas aos seus envolvidos.


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