Pix celebra três anos revolucionando transações financeiras no Brasil

Com 153 milhões de usuários, Pix se consolida como método preferencial para movimentações bancárias

Por Plox

16/11/2023 09h37 - Atualizado há mais de 1 ano

 

Em 16 de novembro de 2020, o Brasil testemunhava o lançamento do Pix, uma ferramenta inovadora para transferências bancárias instantâneas, criada pelo Banco Central. Três anos depois, o Pix se consagra como um marco no sistema financeiro brasileiro, atingindo 153 milhões de usuários e movimentando cerca de R$ 1 trilhão mensalmente.

O Pix rapidamente se popularizou devido à sua praticidade e custo zero para transferências entre pessoas físicas. Seu impacto se estendeu além da conveniência, contribuindo para a inclusão financeira de setores da população anteriormente marginalizados do sistema bancário. "O Pix tornou as transferências bancárias gratuitas e isso estimulou a bancarização da população de baixa renda", explica Mauro Rochlin, economista e coordenador do MBA de Gestão Estratégica e Econômica de Negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Antes do Pix, transferências como TED e DOC, especialmente entre bancos diferentes, eram tarifadas, representando uma importante fonte de receita para os bancos. Com o advento do Pix, houve uma redução nessa receita, mas as instituições financeiras se adaptaram, reduzindo gastos e diversificando serviços. Paralelamente, a ferramenta contribuiu para a diminuição do uso de dinheiro físico, favorecendo o rastreamento de transações e a redução da informalidade. "O sistema financeiro se torna mais eficiente com a possibilidade de maior rastreabilidade", analisa Cristiano Maschio, CEO da Qesh, empresa de serviços financeiros digitais.

 

Estatísticas e Novos Recordes

O sucesso do Pix é refletido em seus números impressionantes. Atualmente, existem 650,7 milhões de chaves Pix cadastradas, com 92% dos usuários sendo pessoas físicas. A adesão mais significativa vem da faixa etária de 20 a 39 anos, responsável por 60% das transações. Em 2023, o Pix estabeleceu novos recordes, com movimentações médias de R$ 1 trilhão por mês. Em setembro, alcançou 152,7 milhões de transferências em um único dia, movimentando R$ 76 bilhões, conforme dados do Banco Central.

 

Pix para Pessoas Jurídicas e Segurança

O Pix também está disponível para pessoas jurídicas, com o Banco Central permitindo que os bancos cobrem taxas de transação para CNPJ, exceto para MEIs em operações comuns. Essa diferenciação visa equilibrar o sistema e garantir a viabilidade econômica do serviço para as instituições financeiras.

Contudo, um desafio persistente é a segurança do Pix frente a golpes e fraudes. O Banco Central implementou o Mecanismo Especial de Devolução e o compartilhamento de dados sobre fraudes entre bancos, fortalecendo a proteção ao consumidor. Maschio reforça a importância da adoção de boas práticas de segurança pelos usuários, como não compartilhar senhas e utilizar a autenticação de dois fatores.

 

Dicas para Evitar Golpes com Pix

  1. Verifique a identidade do solicitante antes de realizar transferências.
  2. Seja cauteloso com mensagens suspeitas e não conclua operações sem verificar.
  3. Realize testes com conhecidos antes de efetuar transações importantes.
  4. Evite clicar em links suspeitos e cadastre suas chaves Pix apenas em canais oficiais.
  5. Confirme a criação da chave Pix por meios seguros, evitando golpes de clonagem.

A trajetória do Pix no Brasil é um exemplo claro de como a inovação tecnológica pode transformar o setor financeiro, promovendo inclusão e eficiência, mas também impondo novos desafios em termos de segurança e adaptação do mercado.

 

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