Família de autor relata desequilíbrio após derrota de Bolsonaro

Cuidadora que viveu 17 anos com Francisco Wanderley Luiz, o "França", destaca mudanças de comportamento e fanatismo político.

Por Plox

16/11/2024 08h44 - Atualizado há 7 meses

Francisco Wanderley Luiz, conhecido como "França", protagonizou um atentado em Brasília na quarta-feira (13/11), marcando um episódio de radicalismo político. Segundo Margarete Versino, ex-esposa e cuidadora, a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022 foi um divisor de águas na vida de França. "Quando o Bolsonaro perdeu, ele enlouqueceu. Acho que foi ali que começou um problema mais forte", revelou Margarete, que viveu com França por 17 anos e teve dois filhos com ele.

França nunca havia demonstrado interesse por política até a chegada de Bolsonaro ao Planalto em 2019. A partir daí, mudanças em sua atitude se tornaram evidentes para a família. "Ele estava indignado com a política. Víamos um fanatismo", contou Margarete, que relembrou as tentativas da família de ajudá-lo a mudar sua visão e comportamento.

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Tentativa de fuga e novos conflitos
Após enfrentar uma separação tumultuada com sua segunda companheira, Daiane Dias, França se mudou para Brasília, o que foi interpretado como uma tentativa de escapar de problemas pessoais em Rio do Sul (SC). Em depoimento à Polícia Federal, Daiane afirmou que França teria planejado assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Margarete, no entanto, refuta essa ideia, defendendo que França não tinha a intenção de matar ninguém. "Ele era uma pessoa do bem. Fez mal para ele", disse ela.

Família em choque e impacto emocional
O episódio deixou a família abalada. A mãe de França, de 89 anos, precisou de atendimento médico duas vezes desde o atentado. Os filhos também enfrentam dificuldades para lidar com a tragédia. "É um choque para os filhos aceitarem isso, um fim tão trágico para o pai deles, e uma coisa que ele escolheu", lamentou Margarete.

Apesar das circunstâncias, Margarete enfatizou que França era um pai dedicado e muito querido por todos que o conheciam. Seus filhos, uma missionária na Tailândia e um engenheiro mecânico em Santa Catarina, além de um enteado que o ajudava no trabalho de chaveiro, tentam assimilar os acontecimentos. "A gente nunca esperava isso dele. Se você for em Rio do Sul inteiro, você só vai ouvir bem dele", disse a ex-esposa.

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