Mauro Cid será interrogado pela Polícia Federal sobre articulação de golpe de Estado

Depoimento na terça-feira investigará possíveis omissões do militar em colaboração premiada que embasa casos contra Jair Bolsonaro e aliados

Por Plox

16/11/2024 09h51 - Atualizado há 7 meses

A Polícia Federal convocou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, para prestar novo depoimento na próxima terça-feira (19). O militar será interrogado sobre dados recuperados de dispositivos eletrônicos que podem indicar omissões em sua delação premiada.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Cid havia firmado o compromisso de relatar todos os fatos em troca de benefícios, como o direito de responder aos processos em liberdade. Agora, os investigadores avaliarão se ele manteve a transparência exigida para manter os termos do acordo.

Minuta do golpe e objetivos da trama
Segundo depoimentos anteriores do militar, o suposto plano golpista envolvia Bolsonaro, ministros e generais do Exército. A intenção seria impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente, mantendo Jair Bolsonaro no poder. Entre as medidas sugeridas no plano, estava a prisão do ministro Alexandre de Moraes, relator de casos relacionados no Supremo Tribunal Federal (STF).

Avanços nas investigações
A Polícia Federal já está próxima de concluir o inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado. O relatório final será encaminhado a Alexandre de Moraes. A defesa de Mauro Cid, no entanto, nega omissões e afirma que o militar apenas esclarecerá pontos específicos levantados pela investigação.

Os dados extraídos dos dispositivos eletrônicos de Cid foram fundamentais para as investigações. Informações obtidas anteriormente indicaram a existência de uma "organização criminosa" que teria atuado para tentar abolir o Estado Democrático de Direito.

Delação abrange outros casos
Além da trama golpista, Mauro Cid já prestou esclarecimentos sobre outros casos em que está envolvido. Ele delatou fraudes em cartões de vacinação contra a covid-19, tentativas de se apropriar de joias recebidas do governo da Arábia Saudita e ações ligadas à disseminação de notícias falsas.

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