Lula já projeta coligação para 2026 com partidos de esquerda e do Centrão

Presidente articula apoio de siglas da base governista e busca isolar adversários para fortalecer sua candidatura à reeleição

Por Plox

16/12/2024 08h50 - Atualizado há 6 meses

O presidente Lula já traça as alianças que pretende firmar para sua campanha de reeleição em 2026. O plano inclui o apoio de partidos de esquerda, como PT, Psol, PSB, PDT e Rede, além de buscar a adesão de três partidos do Centrão: MDB, PSD e Podemos. A articulação visa garantir uma base sólida e competitiva, isolando possíveis adversários.

Por outro lado, três partidos que hoje possuem ministérios no governo podem ficar de fora dessa composição: Republicanos, PP e União Brasil. A estratégia do Planalto é evitar que essas siglas se unam em uma chapa de oposição, o que poderia fortalecer um eventual adversário na disputa presidencial.

Negociações com o MDB envolvem promessa de protagonismo

Dentro das negociações com o MDB, Lula tenta neutralizar figuras-chave que podem atuar contra sua candidatura. Os esforços miram o deputado federal Baleia Rossi e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Recentemente, Nunes se reaproximou do ex-presidente Jair Bolsonaro e chegou a elogiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apontando-o como um "grande nome" para 2026.

Para conquistar o MDB, o governo tem avaliado a possibilidade de oferecer a vaga de vice na chapa presidencial a uma liderança do partido. Entre os cotados estão Helder Barbalho, governador do Pará, Renan Filho, atual ministro dos Transportes, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Segundo aliados, essa concessão aumentaria significativamente as chances de o partido permanecer ao lado de Lula.

Presidente Lula Foto: Ricardo Stuckert / PR

Helder Barbalho é visto como o nome mais forte entre as opções. Renan Filho, por sua vez, tem planos de disputar novamente o governo de Alagoas, em 2026, para fortalecer a candidatura do pai, Renan Calheiros, ao Senado. Já Simone Tebet, embora não seja a favorita, não está descartada das conversas.

Chapa puro sangue com PT perde força

A ideia de uma chapa formada apenas por petistas, como Lula e o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já não encontra força nos bastidores. A avaliação interna é que o PT, sozinho, não teria condições de sustentar uma candidatura competitiva. Além disso, há um entendimento de que a presença de lideranças de outras regiões e partidos poderia reforçar a posição de Lula no Nordeste, região em que ele tem enfrentado uma leve perda de apoio, conforme apontou uma pesquisa recente da Quaest.

PSD é peça estratégica para o governo

Outro pilar importante para a coligação de Lula é o PSD, liderado por Gilberto Kassab. O objetivo é evitar que o partido apoie uma chapa de oposição. Para isso, o governo tem cogitado oferecer a vice-presidência para uma liderança do partido. O nome de Alexandre Silveira, atual ministro de Minas e Energia, é o mais cotado para essa posição.

Além disso, a aproximação com o PSD ganhará reforço na reforma ministerial prevista para 2025. O partido poderá trocar o comando do Ministério da Pesca por uma pasta mais relevante, reforçando seu protagonismo no governo.

Podemos deve ser atraído com cargos estratégicos

O Podemos também faz parte do plano de Lula para 2026. A estratégia do governo inclui a oferta de cargos no segundo escalão e a promessa de ministérios caso a aliança resulte em vitória. A expectativa é de que o partido ganhe força nas eleições gerais, o que aumentaria sua participação na futura composição do governo.

Vice-presidência de Alckmin ainda não está descartada

Embora o governo considere a possibilidade de oferecer a vice-presidência a outro partido, o atual vice, Geraldo Alckmin, segue como uma possibilidade. Alckmin tem demonstrado lealdade a Lula e mantém respeito entre diferentes partidos. No entanto, a fragilidade do PSB, seu partido, pode dificultar sua permanência no posto.

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