Polícia

Suspeito de matar namorada e forjar acidente é preso durante velório da vítima

Alison de Araújo Mesquita foi detido no enterro de Henay Rosa Gonçalves Amorim, em Divinópolis, após perícias e mensagens de celular apontarem indícios de feminicídio e forjamento de acidente na MG-050

16/12/2025 às 17:28 por Redação Plox

O homem suspeito de matar Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31 anos, e de forjar um acidente de trânsito foi preso em flagrante nessa segunda-feira (15), durante o velório da vítima em Divinópolis, na Região Centro-Oeste de Minas.

O investigado é Alison de Araújo Mesquita, de 43 anos, companheiro de Henay. Ao ser ouvido pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), ele negou a autoria do crime.

Enquanto aguardava o resultado de exames periciais, a PCMG acompanhou o velório, realizado no Cemitério Parque da Serra, e monitorou o comportamento do suspeito. Segundo o boletim de ocorrência, Alison não reagiu à prisão e não confessou o crime.

Foto: Reprodução

Acidente na MG-050 e primeiras suspeitas

Na manhã de domingo (14), Alison e Henay viajavam pela MG-050 em um Volkswagen T-Cross. A mulher ocupava o banco do motorista, e o homem estava como passageiro. O veículo colidiu com um micro-ônibus que trafegava no sentido contrário da rodovia.

As primeiras suspeitas de feminicídio partiram da família de Henay, que acionou a Polícia Civil para investigar as circunstâncias do acidente.

Durante a passagem por um pedágio, uma funcionária da praça se assustou ao perceber que Henay estava desacordada, enquanto Alison conduzia o carro sentado no banco do passageiro. De acordo com a PCMG, o veículo é automático, e o suspeito dirigia usando um só pé para acionar freio e acelerador.

Após a colisão, uma testemunha desceu do micro-ônibus para ajudar no resgate e relatou às autoridades que a vítima já estava “gelada” instantes depois do impacto.

O investigador e escrivão da Polícia Civil João Marcos Ferreira apontou que o tempo mínimo para que o corpo de uma pessoa comece a resfriar é de cerca de duas horas após a morte. Exames necroscópicos identificaram lesões compatíveis com asfixia como possível causa da morte de Henay.

Perícias também encontraram, no celular da vítima, capturas de tela com relatos de que ela sofria violência doméstica.

Versão do suspeito é contrariada por provas

Ao ser questionado pela Polícia Civil, Alison admitiu ter agredido Henay durante o trajeto pela MG-050 e relatou ter batido com força a cabeça da mulher contra o veículo.

Ele afirmou ainda que a companheira ficou inconsciente na passagem pelo pedágio, mas alegou que ela teria recobrado a consciência posteriormente e provocado, de forma intencional, a colisão com o micro-ônibus. Essa versão é contestada pelas evidências reunidas pela PCMG.

Exames periciais identificaram marcas de unhadas no braço e no rosto do suspeito, que atribuiu os ferimentos à própria vítima.

Agressões antes da viagem e novas diligências

O suspeito também confessou que agrediu Henay antes da viagem, em um apartamento em Belo Horizonte. Uma equipe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) esteve no imóvel e encontrou marcas de sangue.

Diligências complementares da Polícia Civil vão analisar se o sangue é de Henay e se ela deixou o apartamento consciente, viva ou já sem vida.

Histórico de violência e relacionamento conturbado

De acordo com a PCMG, o casal vivia junto havia cerca de sete meses, em um relacionamento descrito como extremamente conturbado e marcado por agressões frequentes.

Havia relatos de episódios graves de violência atribuídos ao suspeito. A avaliação das autoridades é de que, por medo, a vítima não procurou a polícia para registrar as agressões.

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