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Polícia
Homem confessa morte de namorada e simulação de acidente na MG-050 em Itaúna
Alison de Araújo Mesquita, de 43 anos, admitiu à Polícia Civil que matou a companheira, Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31, e encenou colisão com micro-ônibus; imagens de pedágio e indícios de violência doméstica levaram à reclassificação do caso para possível homicídio com feminicídio
16/12/2025 às 17:38por Redação Plox
16/12/2025 às 17:38
— por Redação Plox
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Alison de Araújo Mesquita, de 43 anos, confessou à Polícia Civil, na noite de segunda-feira (15), que matou a namorada, Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31 anos, e simulou um acidente de carro para tentar encobrir o crime ocorrido no último domingo (14). A informação foi confirmada ao g1 pelo advogado do suspeito, Michael Guilhermino.
A mulher foi morta
Foto: Redes Sociais
Inicialmente, a morte de Henay havia sido registrada como consequência de um acidente de trânsito na MG-050, em Itaúna (MG). Conforme a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), ela estava no banco do motorista e o namorado no banco do passageiro quando o carro do casal invadiu a contramão e bateu em um micro-ônibus.
A investigação passou a considerar a hipótese de feminicídio após a análise de imagens de uma câmera de pedágio, que mostraram a vítima inconsciente no banco do motorista enquanto Alison controlava o volante a partir do banco do passageiro. A Polícia Civil ainda não esclareceu como ele conseguiu acelerar o veículo nessa posição.
Alison foi detido na manhã de segunda-feira (15), durante o velório de Henay. Em nota enviada ao g1 no mesmo dia, a defesa afirmou que o investigado colaboraria integralmente com as apurações conduzidas pelas autoridades.
Imagens de pedágio mudam rumo da investigação
Ao cruzar o pedágio, o acusado conseguiu manobrar o veículo mesmo estando no banco do passageiro
Foto: Redes Sociais
Um dos primeiros elementos que levaram a Polícia Civil a reavaliar o caso foi o vídeo registrado por uma câmera em uma praça de pedágio em Itaúna, às 5h56, poucos minutos antes da colisão.
As imagens mostram Henay no banco do motorista, sem qualquer reação, enquanto o companheiro aparece sentado no banco do passageiro. No registro, ele paga a tarifa e se estica para alcançar o volante, conduzindo o carro de forma improvisada.
A cena chamou a atenção da atendente do pedágio, que perguntou se havia algum problema. Segundo a polícia, Alison disse que a companheira estava passando mal. A funcionária sugeriu que o veículo fosse parado para atendimento, ele sinalizou que faria isso, mas seguiu viagem sem parar.
Cerca de nove minutos depois, o carro invadiu a contramão em uma curva no km 90 da MG-050 e bateu de frente com um micro-ônibus de turismo. A morte de Henay foi constatada ainda no local.
Além das imagens, a Polícia Civil identificou divergências entre a dinâmica descrita para o acidente e as lesões encontradas no corpo da vítima. De acordo com a apuração, os ferimentos não seriam compatíveis apenas com o impacto da batida.
Investigadores passaram a trabalhar com a possibilidade de que Henay já estivesse inconsciente antes da colisão, o que colocaria em dúvida a versão de que a morte teria sido causada exclusivamente pelo acidente de trânsito.
Indícios de violência anterior ao acidente
Diante das inconsistências, a polícia aprofundou a análise do caso e solicitou novos exames periciais. Durante a apuração inicial, também foram colhidos relatos de outras pessoas, que reforçaram as suspeitas em torno do comportamento de Alison após o acidente.
Entre os pontos observados estão arranhões no rosto, suor excessivo e a troca de roupas nas horas seguintes à colisão. Esses aspectos passaram a integrar o conjunto de indícios sob avaliação da Polícia Civil.
Durante o velório, também foram notadas marcas no corpo de Henay consideradas compatíveis com possíveis agressões anteriores ao acidente, o que aumentou a necessidade de aprofundar a investigação.
A apuração passou ainda a considerar mensagens, fotografias e registros de atendimentos médicos que apontariam para um possível histórico de violência doméstica. Para os investigadores, esse contexto ajuda a dar sentido aos indícios reunidos e reforça a suspeita de que a morte de Henay não teria sido um episódio isolado.
Perícia, laudos e reclassificação do caso
Com base no conjunto de elementos — imagens de vídeo, contradições periciais e relatos — a Polícia Civil solicitou uma nova perícia no corpo da vítima, o que levou ao adiamento do sepultamento para a realização de exames complementares.
Peritos também analisaram registros do acidente e indicaram, de forma preliminar, que seria improvável que a colisão, por si só, tivesse provocado a morte. A partir dessa avaliação, o caso passou a ser tratado oficialmente como possível homicídio, com indícios de feminicídio.
Com o avanço das diligências e para preservar a investigação, Alison foi preso durante o velório da companheira, em Divinópolis. Segundo a polícia, ele não reagiu à abordagem e negou o crime naquele momento.
Os celulares de Henay e de Alison foram apreendidos e enviados para análise pericial. A Polícia Civil aguarda o laudo de necropsia e a conclusão das oitivas para avançar na conclusão do inquérito.