A tristeza como caminho para a felicidade, segundo especialistas

Psicólogos e Filósofos discutem a importância da tristeza no processo de alcançar uma vida plena

Por Plox

17/01/2024 06h46 - Atualizado há cerca de 1 ano

A tristeza, um sentimento frequentemente evitado e mal compreendido, é essencial na jornada em busca da felicidade, segundo a psicóloga Renata Borja, especialista em terapia cognitivo-comportamental. Esta visão encontra eco nas palavras do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que destacava a profunda ligação entre a tristeza e a felicidade. O samba-canção "Bom Dia, Tristeza", de Vinicius de Moraes e Adoniran Barbosa, interpretado por Maysa em 1957, reflete poeticamente essa complexa relação.

 

Renata Borja explica que a tristeza é uma emoção natural e necessária, que surge frequentemente em resposta a percepções de perda ou falta. Ela enfatiza a função positiva da tristeza na criação de empatia e conexão verdadeira com os outros. Em contrapartida, uma busca incessante por felicidade pode levar a um aumento da tristeza e da depressão.

 

A psicóloga argumenta que a tristeza não deve ser evitada, mas reconhecida como parte integrante da experiência humana. Ela adverte contra a supervalorização da alegria em detrimento de outras emoções, uma tendência que pode conduzir ao fracasso na busca pela felicidade. Em suas palavras, "Querer não sentir tristeza só nos fará sentir mais tristeza, uma vez que essa é uma meta inalcançável, visto que a tristeza é natural e necessária."

 

Além disso, Renata Borja destaca a importância da regulação emocional e do aprendizado com as experiências negativas. Diferenciando a tristeza de estados mais graves como a melancolia e a depressão, ela enfatiza a necessidade de entender e respeitar essas emoções sem romantizá-las.

 

Ao final, a especialista salienta a importância de acolher a tristeza sem julgamentos ou resignação, promovendo comportamentos funcionais que possam coexistir com a tristeza. A mensagem é clara: a felicidade verdadeira não exclui a tristeza, mas sim emerge de um entendimento e aceitação profundos de todas as nossas emoções.

 

 


 

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