Escassez de vacina contra a dengue atinge farmácias de São Paulo

Prioridade no fornecimento ao SUS gera desabastecimento nas redes privadas, afetando o acesso à primeira dose do imunizante

Por Plox

17/02/2024 07h26 - Atualizado há 5 meses

O cenário atual nas grandes redes de farmácias em São Paulo revela uma significativa falta de estoque da vacina contra a dengue, conhecida como Qdenga. Essa situação decorre da decisão do fabricante, a farmacêutica japonesa Takeda, de priorizar o fornecimento ao Ministério da Saúde, visando o início da vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ainda neste mês de fevereiro. A medida vem em resposta à crescente demanda pelo imunizante diante da explosão de casos de dengue em todo o território nacional.

Vacina do laboratório Takeda: negociada com o Ministério da Saúde (Divulgação/Laboratório Takeda)

Desafios no Abastecimento

As redes de farmácias, como Droga Raia e Drogasil, vivenciaram um aumento de 600% na aplicação da vacina entre novembro e o fim de janeiro, culminando em uma quase total ausência de doses para novas vacinações. "A forte alta na demanda pela vacina da dengue e a opção do fornecedor em priorizar o setor público resultaram em uma redução dos estoques em nossas unidades. Contudo, garantimos a segunda dose para quem iniciou o esquema vacinal conosco," afirma a nota das empresas.

Similarmente, a rede Pague Menos e Extrafarma enfrentam desabastecimento, com doses remanescentes limitadas a alguns estados brasileiros, contrastando com a disponibilidade inicial em 15 unidades federativas. O Grupo DPSP, responsável pelas drogarias Pacheco e São Paulo, reportou a aplicação de mais de 4 mil doses em todo o país, reiterando o compromisso com a segunda dose para seus clientes.

Impacto e Medidas

O Ministério da Saúde, reconhecendo a urgência, disponibilizou o imunizante para aproximadamente 500 municípios em 16 estados e no Distrito Federal. A estratégia foca em locais com elevada transmissão do vírus e prevalência do sorotipo 2, priorizando a vacinação de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, grupo com alta taxa de hospitalização pela doença.

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