Nova arma contra a dengue: inseticida e repelente derivados de planta do cerrado

Pesquisa da UFPB revela potencial do óleo de Lippia gracilis no combate aos mosquitos transmissores da doença

Por Plox

17/02/2024 07h51 - Atualizado há cerca de 1 ano

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) tem liderado um avanço significativo na luta contra a dengue, com o desenvolvimento de um novo inseticida e repelente derivados do óleo essencial da planta Lippia gracilis, também conhecida como Alecrim do Serrote ou Alecrim da Chapada. Este vegetal, nativo da caatinga e do cerrado, destaca-se pela sua produção excepcional de óleo essencial, superando em até 700% a de outras plantas utilizadas para fins semelhantes.


Pesquisa feita pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) é responsável por desenvolver inseticida e repelente contra mosquitos vetores da Denguejcomp do Freepik | Divulgação UFPB

Descoberta e Desenvolvimento

A pesquisa, iniciada em fevereiro de 2023 sob a orientação da professora Fabíola Nunes, do Centro de Biotecnologia da UFPB, e conduzida pelo pesquisador Renan Leite, visa a combater eficazmente os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, principais vetores da dengue. O mecanismo de ação do inseticida envolve a indução da morte celular e a redução da produção de óxido nítrico pelos hemócitos, elementos cruciais na defesa imunológica dos mosquitos.

Em declarações ao portal da UFPB, Fabíola Nunes detalhou o funcionamento do inseticida, mencionando que estudos adicionais estão em andamento para melhor compreender esses mecanismos. O produto, que pode ser aplicado tanto em aerossol quanto em forma líquida, promete ser uma solução inovadora no controle da população desses mosquitos.

Aplicações e Expectativas

Além de seu uso como inseticida, a substância extraída de Lippia gracilis mostrou-se eficaz também como repelente, podendo ser utilizada de forma tópica ou em aerossol, ampliando as possibilidades de proteção contra os vetores da dengue. A pesquisa alcançou resultados promissores em tempo recorde, segundo Renan Leite, que destacou a rápida evolução do projeto desde sua concepção até a finalização dos estudos sobre o Aedes aegypti.

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