Apreensões de Mounjaro ultrapassam R$ 800 mil e revelam tentativa de contrabando

Medicamento usado para emagrecimento tem sido trazido ilegalmente ao Brasil; frascos escondidos em roupas são barrados pela Receita

Por Plox

17/02/2025 08h00 - Atualizado há 4 meses

A Receita Federal já reteve aproximadamente R$ 819 mil em Mounjaro, medicamento que tem sido amplamente utilizado para emagrecimento. As apreensões ocorreram entre o ano passado e o início deste ano, totalizando 306 frascos do remédio. Apenas em 2025, o valor dos produtos confiscados já soma R$ 106,5 mil, conforme levantamento obtido pela Receita.

Tentativas de contrabando

De acordo com o órgão, indivíduos que tentam trazer o medicamento de forma ilegal escondem as canetas injetáveis ao redor da cintura, dentro das calças, meias e até mesmo cuecas. No entanto, as tentativas acabam frustradas durante as inspeções alfandegárias.

O Mounjaro é fabricado pela empresa farmacêutica Eli Lilly e já recebeu autorização para produção no Brasil. No entanto, a fabricante ainda não definiu quando começará a fabricá-lo no país. Enquanto isso, a alta demanda pelo remédio tem impulsionado seu contrabando e a busca por versões importadas.

Foto: Receita Federal/ Divulgação

Preço elevado e uso off-label

Nos Estados Unidos, a medicação pode ser encontrada por valores elevados, chegando a US$ 1.900 na Amazon. No Brasil, a estimativa é de que seu preço fique próximo de R$ 4 mil.

O medicamento tem como princípio ativo a tirzepatida e foi desenvolvido originalmente para o tratamento de diabetes tipo 2. No entanto, seu efeito colateral de perda de peso fez com que fosse amplamente utilizado para emagrecimento de forma off-label. Devido ao custo elevado, o Mounjaro tem sido chamado de "Ozempic dos ricos".

Registro na Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclareceu que “o Mounjaro está registrado no Brasil na classe dos antidiabéticos. Seu princípio ativo, a tirzepatida, é indicado como adjuvante à dieta e exercícios para melhorar o controle glicêmico de adultos com diabetes mellitus tipo 2.”

Enquanto o medicamento ainda não está disponível oficialmente no Brasil, sua procura cresce, levando a tentativas ilegais de importação e apreensões cada vez mais frequentes pela Receita Federal.

 

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