Anulações na Lava Jato desafiam legado de Sergio Moro e agitam o cenário político

Decisões superiores invalidam 14 das 45 sentenças de Sergio Moro, afetando políticos de destaque

Por Plox

17/03/2024 10h16 - Atualizado há mais de 1 ano

A Operação Lava Jato, iniciativa que buscava desmantelar um grande esquema de corrupção no Brasil, completou uma década desde seu início em 17 de março de 2014. Neste período, destaca-se a anulação de 14 das 45 sentenças proferidas pelo ex-juiz Sergio Moro, agora senador pelo Paraná. Entre os beneficiados pelas anulações estão figuras políticas notórias como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

Foto: Pedro França/Agência Senado

Essas reversões judiciais ocorrem em um momento em que Moro também enfrenta um pedido de cassação na Justiça Eleitoral.

Os casos que aguardam uma decisão definitiva ainda incluem nomes como José Dirceu, ex-ministro, e Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, ambos esperando julgamento em liberdade. As anulações não implicam na inocência dos réus, mas resultam principalmente da interpretação de que os processos não deveriam ser atribuídos à Vara Federal de Curitiba, entre outras razões técnicas.

Este cenário é influenciado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2019, que determinou que casos ligados a financiamento de campanha devem ser julgados pela Justiça Eleitoral, não pela Federal. Além disso, sentenças proferidas contra Lula foram anuladas devido à prescrição dos fatos, levando ao arquivamento das acusações.

As controversas sentenças da Lava Jato também envolveram a juíza Gabriela Hardt e afetaram a vida de políticos como André Vargas, ex-deputado pelo PT-PR, que viu sua condenação ser invalidada após cumprir parte da pena. Casos como o do ex-senador Gim Argello evidenciam as complexidades e os atrasos na correção dos erros judiciais.

O ex-deputado Eduardo Cunha e outros condenados buscam revisões judiciais, apoiando-se na decisão de migração para a Justiça Eleitoral. Em meio a essas reviravoltas, a Lava Jato do Rio enfrenta questionamentos sobre a centralização de processos nas mãos do juiz Marcelo Bretas, com decisões anuladas pela segunda instância.

A situação atual da Lava Jato, marcada por anulações e revisões, reflete a complexidade do sistema judicial brasileiro e as disputas em torno da legalidade e jurisdição dos processos.

 

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