Fortunas para reconstrução de Notre-Dame geram polêmica

Partidos alegam que as doações seriam estratégias, como forma de escapar do pagamento de impostos

Por Plox

17/04/2019 14h49 - Atualizado há 10 meses

Partidos políticos em Paris denunciaram as doações de fortunas por parte de empresas como ‘jogada de marketing’ na reconstrução da Catedral de Notre-Dame, incendiada na segunda-feira, 15 de abril. Alguns representantes desses grupos alegam que as doações seriam estratégias, como forma de escapar do pagamento de impostos, uma vez que o país enfrenta importantes problemas sociais.

Uma lei beneficia empresas que investem em cultura, com a dedução de 60% de seus gastos em prol de atividades artísticas e culturais. Para pessoas físicas, a redução é de 66% do imposto de renda.

 

"Pedra da Notre-Dame"

As doações já ultrapassavam os 850 milhões de euros nesta quarta-feira. Manon Aubry acusou, no canal LCI: "Não podemos fazer da preservação de nosso patrimônio uma grande operação de comunicação como alguns estão fazendo”.

Segundo ela, que é a principal candidata do Parlamento europeu, pela França Insubmissa, alfinetou, dizendo que "o mais simples seria se eles começassem por pagar seus impostos” e que não podem colocar seus nomes em uma “pedra da Notre-Dame e, do outro lado, não pagarem seus impostos".

Sem redução de impostos

No mesmo dia em que ocorreu o incêndio, François Henri Pinault, um dos homens mais ricos da França, garantiu uma verba de até 100 milhões de euros para ajudar nas obras de reconstrução. O valor equivale a aproximadamente R$ 437 milhões.

Diante da polêmica, a família Pinault anunciou em nota, nesta quarta-feira, que vai renunciar à sua redução de impostos.

Atualizada às 18h57

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