Inflação prevista para 2023 sobe para 6,01%, enquanto projeção de crescimento do PIB é de 0,9%
A estimativa de inflação para 2023 está acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25% com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos
Por Plox
17/04/2023 16h49 - Atualizado há cerca de 2 anos
A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), teve sua previsão ajustada para 6,01% em 2023, de acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (17). A estimativa anterior era de 5,98%. A projeção de expansão da economia brasileira, por outro lado, foi levemente reduzida de 0,91% para 0,9%.
A estimativa de inflação para 2023 está acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25% com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O BC estima uma chance de 83% de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023.
Para os anos de 2024, 2025 e 2026, as previsões de inflação são de 4,18%, 4% e 4%, respectivamente. A projeção para 2024 está acima do centro da meta, fixada em 3%, mas dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em março, a inflação desacelerou para todas as faixas de renda, registrando 0,71%, puxada pelo aumento dos preços dos combustíveis, conforme apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 4,65%, abaixo de 5% pela primeira vez em dois anos.

Para conter a inflação, o BC utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano. O mercado financeiro espera que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao ano, prevendo uma redução maior da taxa básica de juros pela primeira vez em dois meses.
As expectativas para a taxa Selic no fim de 2024, 2025 e 2026 são de 10%, 9% e 8,75% ao ano, respectivamente. A divergência entre o governo federal e o BC sobre o patamar da Selic impacta a expansão da economia, uma vez que taxas mais altas encarecem o crédito e estimulam a poupança.
As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, 2025 e 2026 são de crescimento de 1,4%, 1,72% e 1,8%, respectivamente. A expectativa para a cotação do dólar no fim de 2023 é de R$ 5,24, e para o fim de 2024, R$ 5,26.