Ex-assessor de Moraes diz temer ser preso ou morto

Conversas extraídas do celular do perito Eduardo de Oliveira Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), indicam que ele vivia sob constante medo de ser preso — ou até morto — por conta das informações que possuía sobre seu trabalho junto ao magistrado.

As mensagens vieram a público após serem obtidas pela Polícia Federal, que as incluiu no inquérito em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O conteúdo, que abrange registros de março a novembro de 2024, mostra trocas de mensagens entre Tagliaferro e sua esposa, nas quais ele expressa insegurança diante de uma possível exposição dos bastidores da Corte.

Em uma das mensagens, datada de 31 de março de 2024, o perito afirmou temer represálias caso falasse o que sabia.

“Se eu falar algo, o ministro me mata ou me prende”

, teria dito em um dos trechos revelados por meio do WhatsApp.

Eduardo também teria manifestado à esposa o desejo de relatar os episódios que presenciou na capital federal. “Quero contar tudo que vivi em Brasília antes de morrer”, teria confidenciado.

O ex-assessor trabalhou diretamente com Moraes durante o período em que integrou a equipe técnica do TSE. A investigação da PF, que acompanha o caso, segue sob sigilo e os dados colhidos estão sendo analisados como parte de um processo mais amplo que corre no STF.

As informações foram divulgadas por veículos como Gazeta do Povo e Revista Oeste, e geram repercussões nos bastidores políticos e jurídicos do país, principalmente pela gravidade das declarações atribuídas a Tagliaferro, que colocam em evidência o clima de tensão envolvendo figuras de alto escalão do Judiciário brasileiro.