Fiemg alerta para impacto bilionário com possível fim da escala 6x1
Federação projeta perda de até R$ 2,9 trilhões no faturamento nacional e alerta para fechamento de milhões de empregos
Por Plox
17/04/2025 09h16 - Atualizado há 8 dias
Durante um evento realizado nesta quarta-feira (16), em Belo Horizonte, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) divulgou um estudo que projeta graves impactos econômicos com uma possível extinção da escala 6x1 — modelo que prevê seis dias consecutivos de trabalho seguidos por um de descanso.

De acordo com o levantamento, caso a medida avance no Congresso Nacional, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil poderá encolher em até 16%. Isso representaria uma redução de até R$ 2,9 trilhões no faturamento dos setores produtivos do país, atingindo duramente áreas como comércio, indústria, serviços, agricultura e pecuária.
O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, foi enfático ao criticar o projeto em tramitação no Legislativo. Para ele, trata-se de uma iniciativa de caráter populista, que ignora as consequências práticas para o funcionamento dos serviços essenciais e a economia nacional. $&&$“Perguntar quem quer trabalhar menos é mais ou menos a mesma coisa que perguntar quem quer dinheiro. Todo mundo vai responder que sim. Mas quem vai te atender no hospital se a jornada cair para quatro dias por semana?”$, questionou Roscoe.
Além da queda no PIB, o estudo aponta uma série de efeitos colaterais da mudança na legislação trabalhista. Entre os principais, estão o aumento dos custos operacionais para as empresas, a perda de competitividade, maior incentivo à informalidade e o possível fechamento de até 18 milhões de empregos no Brasil.
O encontro, que ocorreu no teatro do Sesiminas, contou com representantes de nove entidades patronais ligadas a diferentes segmentos da economia. Todas se posicionaram contra a extinção da escala 6x1.
Na avaliação de Roscoe, o debate desvia o foco de pautas mais relevantes, como a articulação entre programas sociais e o mercado de trabalho. Ele defendeu, por exemplo, que beneficiários do Bolsa Família não percam imediatamente o auxílio ao conseguirem emprego, permitindo uma transição mais suave. $&&$“Temos que aumentar a produtividade para, então, discutir redução de jornada de trabalho”$, concluiu.
O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Renato Laguardia, também apresentou dados preocupantes para o setor agropecuário. Ele destacou que a atividade leiteira teria um acréscimo de 80% nos custos, enquanto a produção de café cairia 25%, com aumento de 30% nas despesas. Já a suinocultura, segundo Laguardia, poderia se tornar inviável, diante de margens já apertadas e um possível salto de mais de 30% no custo de produção. O mesmo cenário se repetiria em atividades de corte e postura na agricultura.
O estudo da Fiemg levanta um sinal de alerta para os impactos de decisões legislativas que, segundo as entidades, podem comprometer drasticamente o desempenho da economia brasileira.