Caso do caminhão de drogas leva PF a prender mais 2 policiais e 1 advogado
Operação Corsário já levou à prisão de oito suspeitos, incluindo seis policiais e dois advogados
Por Plox
17/05/2024 15h33 - Atualizado há 11 meses
A Polícia Federal (PF) prendeu três homens por tráfico de drogas e corrupção entre domingo (12) e terça-feira (14), como parte da Operação Corsário. A operação investigou o caso do caminhão com 16 toneladas de maconha interceptado na Via Dutra, escoltado por policiais civis e negociado com traficantes em agosto de 2023.

Os novos presos são o PM Laércio Gonçalves de Souza Filho, o policial civil Deyvid Eugênio Leite da Silveira e o advogado Jackson Cruz da Fonseca. A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), baseada em investigações da PF, aponta que os três participaram do esquema ao lado de cinco outros presos na Operação Corsário em outubro passado.
Os envolvidos e suas participações
Os envolvidos no esquema, segundo a PF e o MPRJ, são:
- Alexandre Barbosa da Costa Amazonas, ex-agente da DRFC, preso em outubro.
- Deyvid Eugênio Leite da Silveira, ex-agente da DRFC, preso esta semana.
- Eduardo Macedo de Carvalho, ex-agente da DRFC, preso em outubro.
- Jackson Cruz da Fonseca, advogado, preso esta semana.
- Juan Felipe Alves da Silva, ex-chefe do setor de investigações da DRFC, preso em outubro.
- Laércio Gonçalves de Souza Filho, PM, preso esta semana.
- Leonardo Sylvestre da Cruz Galvão, advogado, preso em outubro.
A PF identificou os novos envolvidos após varreduras nos telefones dos agentes presos em outubro e pela análise dos sinais de celular ao longo da Via Dutra. Segundo a denúncia, Laércio Gonçalves de Souza Filho dirigiu o caminhão com as drogas até o Rio de Janeiro, enquanto Deyvid Eugênio Leite da Silveira ajudou na escolta e elaborou um falso relatório dizendo que o caminhão estava vazio. O advogado Jackson Cruz da Fonseca negociou propinas para liberar drogas apreendidas sem registro de ocorrência.
Detalhes do caso e prisão de policiais
Em 8 de agosto de 2023, policiais civis negociaram a entrega de 16 toneladas de maconha retidas por eles para o Comando Vermelho (CV), a maior facção de tráfico do RJ. Os agentes aceitaram propina para liberar os entorpecentes e o motorista do caminhão, escoltando a carga até Manguinhos, onde foi retirada por traficantes do CV.
A droga veio de Mato Grosso do Sul via São Paulo e entrou no RJ pela Rodovia Presidente Dutra. Ao cruzar a divisa, os agentes da DRFC abordaram o caminhão e mandaram o motorista seguir para a Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio. "Ao invés de dar voz de prisão [ao motorista do caminhão], apropriaram-se de grande quantidade de maconha que era transportada no veículo e a comercializaram com membros de notória facção criminosa no Complexo do Alemão, recebendo, para tanto, vantagem indevida, com o fim de deixarem de praticar ato de ofício", relatou a PF.
No trajeto, uma equipe da PRF interceptou o comboio. Os policiais rodoviários foram informados pelos agentes da DRFC que a carga já estava apreendida e seria levada para a Cidade da Polícia. Desconfiados, os patrulheiros procuraram a PF e relataram o ocorrido, levando à abertura da investigação.