Atlético bate recorde de receita em 2024, mas dívida explode e passa de R$ 1,3 bilhão
Mesmo arrecadando R$ 674 milhões no último ano, clube mineiro acumula déficit de R$ 299 milhões e vê dívida total alcançar R$ 1,814 bilhão
Por Plox
17/05/2025 07h57 - Atualizado há 2 dias
O Atlético Mineiro divulgou, nesta sexta-feira (16), o balanço financeiro referente ao ano de 2024, que expôs um cenário de contrastes no clube. Apesar de alcançar uma receita bruta recorde de R$ 674 milhões – um crescimento de 46% em relação a 2023 –, o clube também viu sua dívida e prejuízo se agravarem.

A dívida líquida, que em 2023 era de R$ 1,150 bilhão, saltou para R$ 1,369 bilhão em 2024. Já o passivo total chegou a R$ 1,814 bilhão, contra R$ 1,4 bilhão no ano anterior. A dívida onerosa teve ligeira queda, saindo de R$ 953 milhões para R$ 915 milhões. Deste montante, 55% (R$ 507 milhões) são oriundos de empréstimos bancários, enquanto os outros 45% (R$ 408 milhões) dizem respeito à Arena MRV.
No que diz respeito ao desempenho financeiro, o clube teve um déficit de R$ 219 milhões em 2024, o segundo pior da atual gestão. Somando ajustes e contingências — R$ 46 milhões e R$ 34 milhões, respectivamente — o prejuízo total alcançou R$ 299 milhões no exercício.
Mesmo diante desses números preocupantes, a gestão apresentou um tímido avanço: após quatro anos seguidos de prejuízo operacional, o Atlético encerrou 2024 com um superávit de R$ 2 milhões nesse aspecto. Os resultados operacionais nos anos anteriores foram: déficit de R$ 97 milhões (2020), R$ 1 milhão (2021), R$ 75 milhões (2022) e R$ 96 milhões (2023).
A arrecadação do clube se sustentou em diversas frentes. Foram R$ 248 milhões em direitos de transmissão e premiações, R$ 113 milhões oriundos de bilheteria e sócio-torcedor (matchday), R$ 71 milhões em receitas comerciais e R$ 60 milhões ligados à Arena MRV, com vendas de cadeiras cativas, camarotes, naming rights e consumo em jogos e eventos.
Outro destaque foi a receita com negociações de jogadores: o Atlético obteve R$ 183 milhões com vendas de atletas, incluindo a do atacante Paulinho para o Palmeiras. Apesar disso, os gastos com contratações ultrapassaram os R$ 200 milhões, o que impactou diretamente a folha salarial, que atingiu patamar recorde.
O relatório financeiro escancara a necessidade de reequilíbrio fiscal do clube, que apesar da alta capacidade de geração de receita, ainda enfrenta severos desafios para conter o endividamento e retomar a estabilidade.