Gleisi diz que CPMI do INSS pode atrasar ressarcimento às vítimas

Ministra defende que comissão pode interferir em investigações e retardar compensações a prejudicados pela fraude

Por Plox

17/05/2025 07h40 - Atualizado há cerca de 1 mês

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, utilizou suas redes sociais nesta sexta-feira (16) para se posicionar contra a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que visa investigar o escândalo de corrupção no INSS, considerado o maior já identificado no país.


Imagem Foto: Redes sociais


Segundo Gleisi, a CPMI, da forma como está sendo proposta, pode comprometer o andamento das investigações conduzidas pela Polícia Federal, além de atrasar o processo de ressarcimento às vítimas do esquema fraudulento. Ela alertou que a comissão tem duração prevista de seis meses, o que impactaria negativamente nas ações já em curso para reparar os danos.


Em sua publicação, Gleisi afirmou que o ambiente de exploração política em torno da CPMI ameaça a eficácia das investigações, expondo-as a interferências externas e ao risco de vazamentos. A ministra ressaltou que o governo já interrompeu os descontos indevidos, cessando os prejuízos aos aposentados, e que trabalha de forma firme para ressarcir os afetados com agilidade.



A petista destacou ainda que a atual administração, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal, investiga a fraude há mais de um ano, por meio de dez inquéritos. Segundo ela, a estrutura criminosa foi iniciada no governo anterior e desmantelada agora, graças às ações do governo Lula.


Apesar das críticas à CPMI, Gleisi reconheceu que a criação da comissão é prerrogativa do Legislativo e instrumento importante em regimes que não promovem investigações adequadas. Contudo, ela reforçou que, neste caso, a prioridade deve ser a responsabilização dos envolvidos e a devolução dos valores aos prejudicados.



No mesmo dia, o presidente Lula se reuniu com Gleisi Hoffmann e os ministros Wolney Queiroz (Previdência Social), Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social). O encontro também contou com a presença de Jaques Wagner (PT), líder do governo no Senado.


A movimentação ocorre em um cenário em que parte da base governista passou a apoiar a instalação da CPMI, na tentativa de preservar capital político diante da inevitabilidade de sua criação no Congresso Nacional.



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