Hipertensão preocupa autoridades no Brasil, já mata centenas por dia e é destaque no Dia Mundial

Doença silenciosa cresce com a idade, pode afetar até crianças e já é responsável por centenas de mortes diárias no país

Por Plox

17/05/2025 10h08 - Atualizado há 3 dias

Neste 17 de maio, a data do Dia Mundial da Hipertensão chama a atenção para uma condição que afeta um número crescente de pessoas no Brasil e no mundo. Atualmente, estima-se que 30% dos adultos brasileiros convivam com a hipertensão, segundo dados do Vigitel divulgados em 2023.


Imagem Foto: Reprodução/ Freepik


Apesar de atingir adultos de todas as idades, a prevalência da condição cresce de forma significativa entre idosos. De acordo com o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), vinculado ao Ministério da Saúde, pessoas com 60 anos ou mais são especialmente vulneráveis. A cardiologista Poliana Requião destaca que entre essa faixa etária, entre 50% e 60% são hipertensos.



Um dado alarmante é que aproximadamente metade dos pacientes hipertensos desconhece o diagnóstico. Por ser considerada uma doença silenciosa, a hipertensão muitas vezes evolui sem sintomas, o que dificulta o tratamento precoce. No entanto, os sinais podem aparecer em fases mais avançadas e incluem dor de cabeça, náuseas, tontura, alterações visuais, disfunções eréteis, entre outros.
“Estima-se que cerca de 50% dos pacientes hipertensos não sabem do diagnóstico. É uma doença silenciosa”, alerta a cardiologista Poliana Requião

.


Fatores de risco como histórico familiar, sedentarismo, obesidade, consumo elevado de sal, álcool e alimentos ultraprocessados são apontados como gatilhos para o surgimento da condição. A hipertensão pode comprometer seriamente órgãos vitais como o coração, cérebro e rins. Em casos crônicos, pode provocar insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) e até levar à necessidade de hemodiálise. Segundo dados do Ministério da Saúde de 2017, a hipertensão está associada à morte de 388 pessoas por dia no Brasil.



A médica lembra que o monitoramento regular da pressão arterial é uma medida simples e essencial para identificar precocemente possíveis alterações. “Se tem antecedente familiar de hipertensão, deve-se redobrar os cuidados”, afirma. A cardiologista ainda reforça a importância de manter uma rotina de cuidados, como visitas regulares ao médico, uso correto de medicação e mudanças no estilo de vida.



A nutricionista Anete Mecenas, docente da Universidade Estácio de Sá, destaca o papel da alimentação no controle da pressão arterial. Ela recomenda a dieta DASH (Dietary Approach to Stop Hypertension), que prioriza frutas, legumes, verduras, cereais integrais, laticínios com baixo teor de gordura, peixes e oleaginosas. Carnes vermelhas, alimentos processados, sódio e bebidas açucaradas devem ser evitados.
“A dieta DASH contribui com o aumento de nutrientes importantes como potássio, cálcio, magnésio, fibras e compostos antioxidantes que ajudam a reduzir a pressão arterial”

, explica Anete.


Ainda segundo a nutricionista, o cenário de obesidade no Brasil também está diretamente ligado à hipertensão. Com mais de 55% da população brasileira apresentando excesso de peso, os casos da doença tendem a crescer. “Pacientes obesos entre 40 e 45 anos, geralmente, também são hipertensos”, alerta.



O Dia Mundial da Hipertensão reforça a importância da prevenção, da conscientização e da mudança de hábitos como ferramentas essenciais para combater essa condição que cresce silenciosamente, mas com impactos severos sobre a saúde da população.


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