Após 100 dias de concessão, veículos ainda enfrentam buracos, sinalização precária e asfalto irregular na BR-381
Prometidas pela concessionária Nova 381, melhorias como recapeamento e reparos na sinalização ainda não foram finalizadas entre Caeté e Governador Valadares
Por Plox
17/05/2025 09h13 - Atualizado há 1 dia
Ao completar 100 dias da assinatura do contrato de concessão da BR-381, o cenário na rodovia que liga Caeté a Governador Valadares continua preocupante. Apesar do prazo estabelecido no dia 6 de fevereiro, a concessionária Nova 381, vencedora do leilão, não concluiu integralmente as obras emergenciais prometidas.

A proposta inicial previa a capina das margens, recapeamento, operações tapa-buracos e a recomposição da sinalização. A equipe do jornal O Tempo percorreu todo o trajeto de 260 km sob concessão e encontrou vários trechos ainda com buracos, sinalização deficiente e asfalto desgastado.
No quesito capina, houve avanços. A vegetação ao longo das margens foi removida, melhorando a visualização das placas verticais, antes obstruídas pelo mato alto. Porém, mesmo com esse avanço, muitas placas seguem quebradas ou em péssimo estado de conservação.
A situação da sinalização horizontal é ainda mais crítica. No trecho entre Antônio Dias e Timóteo, que possui 42 km, as faixas estão apagadas ou sobrepostas, o que confunde motoristas. Os túneis nessa região, construídos antes da concessão durante o governo Dilma Rousseff, também enfrentam problemas: no primeiro, não há refletores e o asfalto é irregular. Já no segundo, a situação é um pouco melhor, com piso conservado e refletores instalados. Um quebra-molas instalado em apenas metade da pista também foi identificado, representando risco para os motoristas.
Ao atravessar as cidades de Timóteo, Coronel Fabriciano e Ipatinga, a rodovia exibe um novo trecho precário. Ainda que a capina tenha sido feita, o asfalto permanece irregular e com buracos. Entre Santana do Paraíso e Naque, os problemas persistem, mas, a partir desse ponto até Governador Valadares, há melhorias perceptíveis, como recapeamento e sinalização adequada.
A cobrança de pedágio, segundo a Nova 381, só começará após um ano de concessão, em fevereiro de 2026. No entanto, isso está condicionado à finalização das obras previstas, incluindo a construção das cinco praças de pedágio: em Caeté, João Monlevade, Jaguaraçu, Belo Oriente e Governador Valadares. As tarifas deverão variar entre R$ 10,75 e R$ 13,75.
O contrato também definiu que apenas 134 km dos 303 km entre BH e Valadares serão duplicados. O restante contará apenas com faixas adicionais, especialmente em subidas, para facilitar a ultrapassagem de veículos leves.
O trecho entre Belo Horizonte e Caeté, com 43 km, foi retirado da licitação por envolver muitas desapropriações, o que afastava investidores. Esse segmento continuará sob responsabilidade do governo federal até que as intervenções sejam concluídas. Depois disso, será repassado à Nova 381.
Tanto a ANTT quanto a concessionária Nova 381 garantem que o cronograma de 100 dias foi cumprido, apesar das evidências em sentido contrário encontradas pela reportagem.