Médico de Fabriciano alerta que relaxamento pode levar a terceira onda da Covid-19
Especialista entrevistado pelo PLOX faz alerta à população para que os cuidados sejam mantidos, principalmente com a chegada do inverno
Por Marcelo Augusto
17/06/2021 13h24 - Atualizado há cerca de 4 anos
No próximo dia 21 inicia-se o período mais frio do ano: o inverno. Segundo especialistas, este período é o mais preocupante em relação ao aumento de casos de doenças respiratórias. Em tempo de pandemia da Covid-19, a preocupação é ainda maior, uma vez que a estação do inverno favorece a proliferação do vírus.
Para avaliar a situação, o PLOX procurou o médico infectologista, Márcio Castro, que atua no município de Coronel Fabriciano-MG, para falar sobre o atual momento. Segundo o médico, as cidades passaram por um pico, em um período muito intenso nos meses de março e abril, podendo conviver agora com quedas significativas nos números de casos e mortes. “Após esse pico de casos, nós lidamos com um número grande de mortos que se estendeu até o mês de maio. De lá pra cá, observamos uma queda significativa no número de casos e também no número de mortes”, disse.

Durante a entrevista, o médico Márcio Castro ressaltou a importância das medidas restritivas adotadas e a utilização de máscara e álcool gel. Segundo ele, com a chegada do inverno, as chances de os números aumentarem é grande e com isso, caso haja relaxamento, corre-se o risco de uma terceira onda provocar colapso do sistema de saúde. “A gente ainda tem uma circulação intensa do vírus na região, embora com a aparente menor taxa de mortalidade. Neste contexto, se a gente abaixar a guarda, reduzir as medidas de prevenção, a gente vai ter uma nova reverberação e um novo crescimento dos casos. Os meses de Junho e julho são meses de intensa preocupação de início de uma chamada terceira onda. Diante disso, é essencial mantermos as medidas de precaução: uso de máscara em todas as pessoas; ter distanciamento social. Temos que compreender que essas medidas não têm o objetivo exclusivo de proteção individual, mas da proteção coletiva”.
Novas Variantes
Em várias cidades do país estão sendo notificados casos de vítimas contaminadas com as novas variantes do coronavírus. Na cidade de atuação do médico, por exemplo, no dia 4 de março deste ano, a Secretaria Regional de Saúde confirmou o registro de uma nova variante em Coronel Fabriciano. Naquela ocasião, conforme o superintendente regional de saúde, Ernany de Oliveira, na cidade pelo menos dois pacientes foram infectados pela nova variante P.2. A linhagem P.2 contém a mutação E484K na Spike e já foi encontrada em todas as regiões do país. No entanto, essas linhagens identificadas não são consideradas Variantes de Atenção (VOC).
De acordo com o infectologista Márcio Castro, como a região do Vale do Aço, que além de Fabriciano, é composta também por mais três cidades com características industriais, o risco é ainda maior das novas variantes, uma vez que pessoas de vários países circulam pelos municípios. “Temos a ameaça das novas variantes, principalmente a variante Delta, ou Variante Indiana , que parece ter um risco de disseminação de transmissão muito mais alta”.
Vacinação
O médico destacou a importância da vacinação contra a covid e disse que o processo está lento e confuso e que, apesar de tudo, a vacina ainda é a principal arma para combater o vírus e salvar vidas, especialmente da população idosa. “A vacinação tem contribuído para a redução expressiva da morte de idosos, que é da população mais vulnerável ao adoecimento e morte”.
Em Coronel Fabriciano, conforme dados divulgados no boletim epidemiológico nessa quarta-feira (16), mais de 23 mil pessoas já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e 12 mil receberam a segunda. Destas pessoas, 15.936 são idosos que receberam a primeira dose e 10.169 tomaram a segunda. As pessoas com comorbidades, que receberam a primeira dose somam-se 4.563,’ e três pessoas receberam a segunda dose.
Já os profissionais da saúde também já foram vacinados no município. Até o momento, 2.549 servidores receberam a primeira dose e 1.884 já foram imunizados completamente com a segunda dose. De acordo com o boletim diário, 309 pessoas se recusaram a tomar a vacina.
Segundo o boletim de casos de covid em Fabriciano, desde o início da pandemia foram 181 mortes confirmadas e 6.043 casos confirmados. Dos casos já registrados, 5.834 pacientes já se recuperaram da doença.