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Saúde
Dipirona sob investigação na Europa por risco de agranulocitose
Medicamento amplamente utilizado no Brasil enfrenta escrutínio internacional
17/06/2024 às 17:16por Redação Plox
17/06/2024 às 17:16
— por Redação Plox
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A dipirona, um remédio amplamente utilizado no Brasil para tratar dores e febre, está sendo investigada na Europa devido ao risco de agranulocitose, uma condição que provoca a diminuição dos glóbulos brancos, podendo levar a infecções graves e até fatais. A "European Medicines Agency" (Agência de Medicamentos da Europa) fez o comunicado na última sexta-feira (14 de junho).
Investigação em curso
O risco de agranulocitose já é mencionado na bula do remédio, que contém metamizol. No entanto, a AME expressou preocupações sobre a eficácia das medidas preventivas atuais. "A informação dos vários medicamentos que contêm metamizol lista atualmente a agranulocitose como um efeito secundário raro (que ocorre em até 1 em 1.000 pessoas) ou muito raro (que ocorre em até 1 em 10.000 pessoas). As medidas em vigor para minimizar este risco variam entre os países", afirmou a agência em comunicado.
A investigação foi iniciada após um pedido da Finlândia, que retirou o medicamento do mercado devido ao aumento dos casos de agranulocitose associados ao metamizol no país. O comitê de segurança da Europa avaliará agora a relação benefício-risco do medicamento e, após a investigação, emitirá um comunicado recomendando manter, alterar ou suspender o uso da dipirona no continente.
Foto: Freepik
Histórico e uso global
A dipirona é usada na União Europeia desde a década de 1920 e pode ser administrada por via oral, supositório ou injeção. No Brasil e em vários países europeus, como Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, República Checa, Alemanha, Hungria, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, Polônia, Portugal, Romênia, Eslováquia, Eslovênia e Espanha, o uso do medicamento é autorizado sem restrição.
Entretanto, em mais de 30 países, incluindo Japão, Austrália, Reino Unido e Estados Unidos, a venda da dipirona é proibida devido a estudos que apontam a queda dos glóbulos brancos como um risco significativo.
Popularidade no Brasil
De acordo com o Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico de 2023, a dipirona foi o quarto medicamento mais vendido no Brasil em 2022. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estima que 93,5 milhões de doses foram vendidas no país no início de 2023.
Em 2001, a Anvisa realizou um evento com cientistas de todo o mundo e concluiu que a dipirona é eficaz como antitérmico e analgésico, com riscos considerados iguais ou menores aos de outros medicamentos disponíveis no mercado. "A dipirona, como qualquer outro medicamento, não é isenta de riscos relacionados ao seu uso, entretanto, seu perfil de segurança é bem estabelecido e o benefício do uso conforme as condições aprovadas em bula superam os riscos conhecidos relacionados ao uso", afirmou a agência na época.
O estudo mais recente no Brasil sobre o medicamento, realizado em 2008, analisou casos de agranulocitose no Brasil, Argentina e México. Entre as 548 milhões de pessoas que participaram da pesquisa, 52 desenvolveram a doença, o que equivale a 0,38 casos por milhão, uma taxa considerada muito baixa.
Decisão estabelece que instituições financeiras devem ressarcir clientes prejudicados por fraudes se houver deficiência na proteção de dados ou falha em detectar operações atípicas.
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