Bolsonaro é indiciado por esquema de espionagem na Abin
Ex-presidente se torna alvo da PF em inquérito que investiga uso político da inteligência durante seu governo
Por Plox
17/06/2025 18h17 - Atualizado há cerca de 10 horas
A Polícia Federal oficializou o pedido de indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso que ficou conhecido como “Abin Paralela”, relacionado ao suposto uso político da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar opositores durante sua gestão no Palácio do Planalto.

Também foram alvos do mesmo pedido o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que à época era diretor da Abin, e o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente. No total, mais de 30 pessoas estão sendo indiciadas no inquérito conduzido pela PF.
De acordo com o relatório produzido, a PF afirma que houve uma colaboração entre a administração atual e a antiga direção da Abin com o objetivo de esconder operações ilegais de vigilância que teriam beneficiado diretamente Bolsonaro e seus aliados próximos. O documento indica que a agência foi instrumentalizada para atender a interesses políticos e pessoais.
Segundo os investigadores, o indiciamento marca a transição da condição de Bolsonaro de apenas “suspeito” para “provável autor da infração penal”. No entanto, ele ainda possui direito à presunção de inocência.
O próximo passo agora está nas mãos da Procuradoria-Geral da República (PGR), que receberá o relatório enviado anteriormente ao Supremo Tribunal Federal (STF). A partir do recebimento, a PGR tem o prazo de 15 dias para decidir se apresenta uma denúncia contra os envolvidos, dá seguimento às investigações ou arquiva o caso.
Se a denúncia for apresentada e aceita pelo STF, Bolsonaro e os demais indiciados se tornarão réus, respondendo judicialmente por seus atos em uma ação penal. Ao final, poderão ser absolvidos ou condenados.
\"A Abin foi utilizada como instrumento pessoal de poder, para espionar ilegalmente opositores políticos\"
, afirmam trechos do relatório da PF.