Pedido de Bolsonaro para anular delação de Mauro Cid é rejeitado por Moraes
Ministro do STF classificou a solicitação como tentativa de atrasar o processo sobre suposta tentativa de golpe
Por Plox
17/06/2025 13h49 - Atualizado há cerca de 14 horas
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta terça-feira (17) um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro que buscava anular o acordo de delação premiada firmado pelo tenente-coronel Mauro Cid.

A solicitação foi apresentada dentro da ação penal que investiga possíveis articulações para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022. Segundo a defesa de Bolsonaro, Mauro Cid, por ser delator, deveria ter se manifestado previamente nos autos, apontando matérias da imprensa sobre mensagens trocadas pelo ex-ajudante de ordens como fundamento para a anulação do acordo.
Moraes, no entanto, foi enfático ao classificar o pedido como “protelatório” e feito fora do tempo processual adequado. Ele destacou que a fase atual da ação permite apenas diligências pontuais e relevantes, e não a revisão de acordos já homologados. Em sua decisão, o ministro escreveu que pedidos dessa natureza “não dizem respeito aos fatos apurados na instrução criminal e tentam apenas atrasar o andamento do processo”.
Além da negativa quanto à delação de Mauro Cid, Moraes também indeferiu outros pedidos da defesa, como a solicitação por mais tempo para análise de provas e a suspensão do processo até o encerramento de outras ações. Por outro lado, autorizou diligências consideradas pertinentes, como acareações entre réus e perícias demandadas pela defesa de Anderson Torres.
A ação penal conta com diversos réus além de Bolsonaro e Mauro Cid, incluindo Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, Alexandre Ramagem, entre outros membros do antigo governo. As investigações seguem apurando supostos atos que buscavam impedir a concretização da vitória de Lula nas urnas.
O ex-presidente nega qualquer envolvimento em tentativa de golpe, afirmando que agiu conforme os limites da Constituição.