Bolsonaro diz que Eduardo será preso se voltar ao Brasil

Ex-presidente afirmou em coletiva que deputado licenciado pode ser detido no aeroporto

Por Plox

17/07/2025 13h34 - Atualizado há cerca de 2 meses

Durante uma coletiva de imprensa no Senado nesta quinta-feira (17), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou sobre a situação atual de seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), e afirmou que, caso ele decida retornar ao Brasil, deverá ser preso assim que desembarcar no aeroporto.


Imagem Foto: Presidência


“Se Eduardo vier para cá, ele está preso. Ou não está? Pelo que eu sei, ele não vem pra cá. Vai ser preso no aeroporto”, declarou Bolsonaro aos jornalistas, em tom direto e sem rodeios.


O prazo da licença parlamentar de Eduardo termina no domingo (20). Mesmo assim, ele já antecipou sua intenção de renunciar ao mandato para permanecer nos Estados Unidos, onde vive atualmente sob o governo de Donald Trump, com quem mantém proximidade. Eduardo disse que seu foco atual é negociar sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.


Em entrevista concedida à colunista Roseann Kennedy, do jornal Estadão, Eduardo comentou:


“Se for o caso de perder o mandato, vou perder o mandato e continuar aqui. O trabalho que estou fazendo aqui é mais importante do que o que eu poderia fazer no Brasil”

, declarou o parlamentar, destacando que sua permanência nos EUA tem como objetivo evitar ações que, segundo ele, seriam arbitrárias do STF.


Ele afirmou ainda que, caso voltasse ao país, seria alvo de perseguições políticas: “No Brasil, o STF, quer dizer, Alexandre de Moraes, ia tentar colocar uma coleira em mim, tirar meu passaporte, me fazer de refém, ficar ameaçando, como ele sempre faz, mandando a Polícia Federal na casa, abrindo inquérito, inquirindo pessoas ao meu entorno.”


No mesmo evento, Bolsonaro também comentou sobre a recente tensão entre Eduardo e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O deputado havia criticado o governador por tentar negociar com os Estados Unidos sem consultá-lo, chegando a chamá-lo de “subserviente às elites”.


Contudo, Bolsonaro tratou de apaziguar os ânimos, elogiando Tarcísio pela tentativa de negociação. “Louvo Tarcísio por tentar negociar. Mas uma pessoa apenas não é suficiente. Tá na cara que ele [Trump] não vai ceder”, comentou o ex-presidente.



Dois dias antes, na terça-feira (15), Bolsonaro já havia declarado que o mal-estar entre Eduardo e Tarcísio havia sido superado. “Hoje foi botada uma pedra em cima. Conversei com Eduardo e conversei com o Tarcísio. E tá tudo pacificado. Tarcísio continua sendo meu irmão mais novo e vamos em frente. Não podemos dividir. O Tarcísio é um tremendo de um gestor (…) nada de crítica para ele, se tiver, é por telefone, pessoal”, afirmou o ex-presidente, tentando afastar rumores de rompimento dentro de seu grupo político.



O cenário, no entanto, permanece tenso, com incertezas sobre os próximos passos de Eduardo Bolsonaro e possíveis desdobramentos jurídicos caso decida retornar ao Brasil.


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