Cristina Kirchner e mais oito são multados em R$ 3 bilhões por corrupção

Uma decisão do Tribunal Oral Federal 2 da Argentina, proferida na última terça-feira (15), determinou que Cristina Kirchner, ex-presidente do país, e outros oito condenados no chamado caso Vialidad deverão pagar uma multa de aproximadamente R$ 3 bilhões no prazo de dez dias úteis.

Foto: Presidência

A quantia exata – 684.990.350.139,86 pesos argentinos – foi estipulada com base em relatório elaborado pelo corpo de peritos contábeis da Suprema Corte da Argentina, que revisou e atualizou o valor estimado do prejuízo causado aos cofres públicos. Os juízes Jorge Gorini e Rodrigo Giménez Uriburu rejeitaram os cálculos apresentados tanto pela defesa de Cristina quanto pelo Ministério Público, optando pelos dados técnicos da equipe da Corte.

“Intime-se as pessoas condenadas ao pagamento da soma de 684.990.350.139,86 pesos, a qual deverá ser depositada à conta e ordem do tribunal no prazo de 10 dias úteis contados a partir da notificação do presente”

O prazo final para o cumprimento da medida é a manhã do dia 13 de agosto. Caso os envolvidos não realizem o pagamento dentro do tempo estipulado, o tribunal autorizou que a Justiça inicie imediatamente a execução de bens para cobrir a quantia. Para isso, o Banco da Nação Argentina deverá abrir uma conta judicial específica onde os valores serão depositados.

O caso, considerado pela Justiça como um “gravíssimo caso de corrupção”, trata de desvios em contratos de obras públicas realizados na província de Santa Cruz, na Patagônia argentina, durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner. Entre os condenados, além da ex-presidente, está o empresário Lázaro Báez, apontado como um dos principais beneficiários dos contratos fraudulentos.

Esta é a primeira condenação de Cristina Kirchner a ser confirmada pela Suprema Corte da Argentina. A sentença reforça o cerco judicial sobre figuras influentes do kirchnerismo e marca um momento decisivo na história recente da política argentina.

A repercussão internacional é significativa, especialmente pelo valor expressivo da multa e pelo envolvimento direto de uma ex-chefe de Estado. A expectativa agora gira em torno da capacidade dos condenados de arcar com o montante em tão curto prazo e dos desdobramentos legais caso não o façam.