Nova fase da Operação Overclean investiga desvio de emendas parlamentares
Ação da Polícia Federal cumpre mandados em três estados e tem como foco a Prefeitura de Campo Formoso, na Bahia
Por Plox
17/07/2025 09h18 - Atualizado há 1 dia
Em mais uma ofensiva contra crimes envolvendo verbas públicas, a Polícia Federal iniciou nesta quinta-feira (17) uma nova fase da Operação Overclean, centrada no combate ao desvio de emendas parlamentares e fraudes em processos licitatórios.

Ao todo, 18 mandados de busca e apreensão foram executados, juntamente com o afastamento cautelar de um servidor público suspeito de participação no esquema. A ofensiva alcançou cidades de três estados: Salvador, Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Mata de São João, todas na Bahia; além de Petrolina, em Pernambuco, e Brasília, no Distrito Federal. Um dos imóveis alvo da operação na capital baiana está localizado no bairro nobre do Horto Florestal.
O principal foco da investigação recai sobre a administração municipal de Campo Formoso, no norte baiano. De acordo com os investigadores, os suspeitos integram uma suposta organização criminosa especializada em manipular licitações e desviar recursos oriundos de emendas parlamentares. A Polícia Federal também apura tentativas do grupo em interferir diretamente no andamento das apurações.
Ainda sem divulgar os nomes dos envolvidos nesta etapa, a PF informou que as suspeitas envolvem uma série de crimes graves: corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa, obstrução de Justiça e fraudes em licitações. As evidências apontam que os valores desviados foram obtidos mediante pagamento de propinas a agentes públicos e políticos.
Para frear a circulação dos recursos obtidos de maneira ilícita, o Supremo Tribunal Federal determinou o bloqueio de R$ 85,7 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao caso.
A fase anterior da Operação Overclean, realizada no fim de junho, já havia envolvido figuras políticas de destaque. Foram alvos o deputado federal Félix Mendonça (PDT-BA), seu assessor Marcelo Chaves Gomes, além dos prefeitos de Ibipitanga, Humberto Raimundo Rodrigues de Oliveira (PT), e de Boquira, Alan Machado (PSB). Enquanto os dois gestores municipais foram afastados dos cargos, o parlamentar teve seu sigilo telefônico quebrado.
“Os indícios apontam para uma estrutura criminosa que se articulava para desviar recursos públicos e impedir o avanço das investigações”, declarou um dos agentes responsáveis pelo caso
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