Sem elevador, estudante da UFRJ desce seis lances de escada com cadeira de rodas

Alojamento no campus do Fundão não possui rampas, elevador ou quartos adaptados para pessoas com deficiência, comprometendo a rotina e segurança de estudantes

Por Plox

17/07/2025 15h11 - Atualizado há 1 dia

A rotina de estudantes com deficiência na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialmente no campus do Fundão, tem sido marcada por obstáculos constantes devido à ausência de acessibilidade adequada.


Imagem Foto: Reprodução


O alojamento estudantil, onde muitos desses alunos residem, não conta com elevadores, rampas ou sequer quartos adaptados. Essa realidade obriga moradores com mobilidade reduzida a enfrentarem grandes desafios apenas para sair de casa. É o caso de Thiago Rosa Lacerda, estudante de Engenharia Nuclear, que vive no terceiro andar e, diariamente, precisa descer seis lances de escada utilizando uma cadeira de rodas.



“Se eu não fizer isso, não vou sair de casa pra estudar, não vou trabalhar. Vou ficar preso. Pelo fato da acessibilidade, eu tenho que arriscar a minha vida pra conseguir viver o mínimo”, relata Thiago. A situação se agravou depois que sua cadeira de rodas, antes mais leve e adequada para o esforço, quebrou devido ao uso intenso. Agora, com uma cadeira mais pesada, o risco nos deslocamentos aumentou.



As dificuldades se estendem para além do alojamento. Em ambientes acadêmicos, como as salas de aula, a falta de infraestrutura também prejudica o andamento dos estudos. O aluno conta que já perdeu disciplinas porque não conseguiu acessar salas localizadas em andares com escadas e sem rampas. “Já perdi matéria porque tem escada na entrada da sala. A rampa não foi feita e no outro ano não terminou a tempo. Tá lá para terminar ainda. Ou seja, tô esperando a obra terminar para acessar a sala de aula”, disse.



Mesmo após participar de reuniões e registrar denúncias na ouvidoria da universidade, Thiago afirma que as respostas sempre são genéricas e nenhuma providência concreta foi tomada até agora. Em nota, a UFRJ alegou que, no momento em que o estudante ingressou na residência, ele não possuía restrições de mobilidade. A instituição informou ainda que há um projeto para construção de quartos acessíveis no térreo, porém não há previsão de início das obras.


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