Pomada cicatrizante à base de fungo da caatinga: uma inovação brasileira

Projeto é conduzido por pesquisadoras do Laboratório de Desenvolvimento e Inovação do Instituto Butantan

Por Plox

17/08/2023 12h46 - Atualizado há cerca de 2 anos

Pesquisadoras associadas ao Laboratório de Desenvolvimento e Inovação do Instituto Butantan têm desenvolvido uma pomada cicatrizante revolucionária. Esta formulação única tem sua base em um fungo encontrado na Caatinga, um bioma exclusivo do Brasil, predominante no Nordeste.

 

2. Combate a queloides: A cicatrização pode ser complexa e problemática, principalmente quando surgem queloides, que são tecidos anormais formados após ferimentos ou cortes cirúrgicos. Tendo em vista a necessidade de tratamentos mais eficazes, a descoberta dessa pomada pode ser uma inovação significativa na medicina.

3. Colaboração com a iniciativa privada: Os experimentos, conduzidos em parceria com a start-up BiotechnoScience Farmacêutica, revelaram que a pomada não apenas regenera a pele de maneira eficaz, mas também impede a formação de cicatrizes e queloides. Segundo Tainah Colombo Gomes, CEO da BiotechnoScience Farmacêutica, a pomada ajuda na cicatrização natural, incentivando a produção uniforme de colágeno no tecido, sem a formação de queloides.

4. O fungo como principal ingrediente: O fungo em questão, Exserohilum rostratum, tem sido objeto de estudo desde 2010 por duas pesquisadoras do Instituto Butantan: Ana Olívia Souza e Durvanei Augusto Maria. Além da ação antibiótica deste fungo, que mata bactérias e fungos, foi descoberto que algumas de suas moléculas têm potencial regenerativo em células, um fator crucial na cicatrização.

5. A jornada até a patente: Ana Olívia detalha que, após vários testes e estudos pré-clínicos, a eficácia cicatrizante do fungo foi confirmada. Em 2018, o Instituto Butantan solicitou a patente de uma formulação cicatrizante junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Futuramente, essa patente pode ser licenciada para a BiotechnoScience Farmacêutica. Segundo Cristiano Gonçalves, gerente de Inovação e Licenciamento Tecnológico do Butantan, a empresa pagará royalties ao Butantan, garantindo assim o retorno do investimento público.

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